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Em desenvolvimento, Brasil entra no mapa mundial do beisebol

País demonstra ascensão no esporte com classificação inédita para Mundial, jogadores em destaque na MLB e formação de novos times

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Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior
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A Major League Baseball (MLB), principal liga norte-americana da modalidade, em parceria com a Confederação Brasileira de Beisebol, está realizando várias ações para impulsionar o desenvolvimento de atletas e do esporte no Brasil. Depois que a seleção brasileira conseguiu a inédita classificação para o World Baseball Classic de 2013, maior competição de nações do esporte, no ano passado, o Brasil entrou no mapa mundial do beisebol. Uma das ações é a realização de peneiras em três cidades brasileiras (Maringá, Marília e Ibiúna) em outubro para descobrir novos talentos. Olheiros da liga norte-americana vão avaliar os atletas e enviar os resultados para os 30 times da liga. Testes de habilidades gerais, tais como corrida de 55 metros, capacidade de rebater e força do braço no arremesso curto (arremesso tradicional pitcher para catcher) e longo (do outfiled para infield, ou uma base a outra). As posições de catcher (defensor que fica atrás do rebatedor) e pitcher (arremessador) também serão analisadas. De acordo com o desempenho, alguns jogadores podem ser selecionados para uma sessão de treinos de dez dias com treinadores norte-americanos com praticamente as mesmas técnicas da liga. Todos querem descobrir um novo Yan Gomes, primeiro brasileiro a jogar nos Estados Unidos em 2012. Depois de atuar em ligas de desenvolvimento, atualmente ele está na sua terceira temporada na MLB, defendendo o Cleveland Indians, e tem seu melhor ano na liga. Ele renovou contrato por mais seis temporadas no valor de R$ 51 milhões. "É importante começar a praticar beisebol quando se é criança. Trazer o beisebol para as escolas e clubes pode aumentar a popularidade do esporte no Brasil", afirma o paulista de 24 anos.

Brasileiro Yan Gomes renovou contrato com o Cleveland Indians Foto: Divulgação

Outra história de sucesso é a de André Rienzo, que fez uma sequência de jogos pela equipe do Chicago White Sox. Em sua segunda atuação como arremessador titular, André foi eleito o melhor jogador da partida contra o contra Tampa Bay Rays. Em 2011, Luiz Gohara, então com 16 anos, saiu-se bem nos testes e assinou um contrato milionário com a equipe do Seatle Mariners, avaliado em U$ 880 mil. Em 2014, Gohara vem se destacando nas ligas menores e tem boas chances de chegar à liga principal, como fizeram Yan Gomes e André Rienzo. Outra ação para popularizar o esporte é associação com clubes de futebol.O Náutico é o primeiro clube tradicional de futebol no Brasil a ter uma equipe nessa modalidade. Em setembro, realizou um jogo de exibição contra o Natal Solaris-RN, no Estádio dos Aflitos, que atraiu cerca de 500 torcedores. O clube inaugurou uma escolinha para crianças de 10 a 14 anos que, com o apoio da liga norte-americana, terá "Jaula de Rebatida", um campo que deverá ocupar parte do CT do clube e equipamentos (tacos, luvas, proteções e bolas). "Estamos fazendo investimentos de longo prazo para aproveitar o potencial de crescimento no Brasil no beisebol", afirma o coordenador do departamento internacional de Marketing e Desenvolvimento do Jogo da MLB, Caleb Santos. ENVOLVIMENTO Como toda estratégia de negócios, também existe espaço para relacionamento com potenciais fãs e consumidores. Nesta quarta-feira, a liga vai promover uma espécie de fan fest, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, para que os convidados assistam à segunda partida da grande final da Liga Americana de Beisebol. Dentre os convidados estão representantes dos governos brasileiro, norte-americano e japonês, personalidades do mundo da moda, empresários, atletas e ex-atletas profissionais da MLB e também da Seleção Brasileira de Beisebol. É uma iniciativa inédita, parecida com o que ocorre nos jogos da NBA. Em 2015, os principais jogadores brasileiros dos Estados Unidos estarão no Brasil percorrendo as escolas municipais, principalmente no Recife, para mostrar que o sonho do beisebol pode se tornar realidade. "O envolvimento das pessoas tem sido maior do que esperado, mas podemos crescer ainda mais. O Brasil pode se apaixonar pelo beisebol", diz Caleb. 

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