Publicidade

Em pé de guerra, hóquei brasileiro faz greve às portas do Pan

No feminino, 10 atletas largaram o time; masculino é contra saída do técnico

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A pouco menos de 5 meses para o Pan do Rio, atletas do hóquei sobre grama estão em greve há mais de 30 dias. As principais acusações partem do feminino, que quer a saída do técnico Cláudio Rocha e de seu pai, Sidney Rocha, presidente da Confederação Brasileira. Descontentes, 10 das 16 atletas deixaram a seleção. Parte da equipe foi formada após visitas de Cláudio a escolas de Florianópolis, em 2003. Uma das interessadas foi a meia Laís Bernardino, de 17 anos, premiada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como a melhor atleta do hóquei de 2006. ?O Cláudio é grosseiro, sempre usa palavras de baixo calão. Mas nos Jogos Sul-Americanos (em novembro, em Buenos Aires), aconteceram absurdos, como nos proibir de conversar com outras pessoas, principalmente o time masculino, dizendo que eles tinham interesses sexuais.? Laís, que saiu da equipe, diz que o técnico namora uma das atletas e a favorecia. A gota d?água, porém, foi no início do ano. ?Voltamos de férias e os treinos não variavam nunca. Concluímos que ele não entende de tática. E o próprio Cláudio concordou.? As atletas reivindicaram melhorias em carta enviada à presidência da Confederação, entre elas, que Cláudio não acumulasse tantos cargos - além de técnico da seleção, era diretor-técnico e jogador. Sidney, o presidente, marcou reunião em janeiro, em Florianópolis. ?Ironizou os pedidos, tirou três meninas da seleção, demitiu o técnico do masculino (Fernando Valdes) e cortou o goleiro Leonardo Marafoni, eleito o melhor do Sul-Americano?, conta Laís. E a greve começou. Alguns pais, em apoio à filhas, enviaram ao COB carta com denúncias, entre elas a detenção de Cláudio por porte de drogas. O Portal Estadão tentou encontrar Cláudio pelo celular, sem sucesso. Em contato com a CBHG, foi informado de que Sidney Rocha está viajando. Bruno Oliveira Silva, empossado chefe de equipe do feminino em 24 de janeiro, respondeu pela entidade. Disse que as três atletas foram desligadas por problemas morais, éticos e técnicos. E que só cinco deixaram a seleção. Garantiu que a fase conturbada não prejudicará a modalidade no Pan. ?Temos atletas treinando no Rio, em Florianópolis e no exterior. A meta é representar o Brasil da melhor maneira possível.? Bruno não se posicionou quanto ao confronto, mas avaliou o trabalho de Cláudio como ?bom?.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.