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ENTREVISTA-Presidente do COI quer combater doping e obesidade

Por DARREN ENNIS
Atualização:

Erradicar o doping e combater a obesidade serão as prioridades de Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), caso consiga ser eleito para um segundo mandato, afirmou o belga nesta quinta-feira. A fim de atingir essas metas, Rogge disse que os governos que injetaram bilhões de euros nos bancos a fim de salvar o sistema financeiro mundial não podem cortar os gastos com os esportes, a saúde e a educação. Essas são as primeiras declarações do presidente do COI desde que, na semana passada, anunciou sua intenção de tentar reeleger-se como chefe da principal entidade do mundo esportivo. "Minha maior prioridade será combater o doping. Eu vou lutar contra o doping da mesma forma intensa como sempre fiz e vocês conhecem minha determinação a respeito dessa questão, que é a prioridade número um do mundo dos esportes", disse Rogge à Reuters, em uma entrevista. O COI, encarregado do combate ao abuso de substâncias químicas nas Olimpíadas de Pequim (realizadas em agosto), realizou 4.770 testes no maior programa do tipo para um evento desses. Nove atletas foram flagrados. "Nós estamos intensificando a luta contra o doping e vamos realizar mais de 5.500 testes em Londres, em 2012", afirmou. Rogge, de 66 anos, foi eleito pela primeira vez em 2001 para um mandato de oito anos e disse na semana passada que tentaria reeleger-se no pleito a ser realizado em Copenhague, em 2009. Nenhum outro membro do COI anunciou sua intenção de concorrer e Rogge deve ser o candidato único. "Eu ainda tenho uma grande paixão e um grande entusiasmo pelos esportes. Vou candidatar-me novamente porque eu fui útil no passado e acredito que posso ser ainda mais útil para o COI no futuro," afirmou. OBESIDADE Rogge disse que sua segunda prioridade seria ajudar a reduzir os níveis de obesidade em todo o mundo, convencendo os jovens a praticarem esportes. "Minha prioridade número dois é levar os jovens de volta aos esportes. E eu gostaria de lançar um programa com todos os comitês olímpicos e federações internacionais para combater a ociosidade responsável por um aumento no número de casos de obesidade. Temos de enfrentar a obesidade", afirmou. Não obstante a crise financeira que atinge o mundo todo, Rogge disse que o caixa de sua instituição está "sólido como uma rocha". O presidente do COI admitiu que a chegada da crise financeira à economia real poderia prejudicar os investimentos nos esportes em nível nacional, regional e local, especialmente quanto ao setor público. "Nos níveis local e nacional, há dúvidas sobre como os governos agirão, especialmente os que investiram bilhões nos bancos. É uma ingenuidade dizer que nada acontecerá, mas a situação continua muito instável", disse Rogge. "A crise muda de cara todos os dias. Claramente, ela poderia prejudicar a concessão de verbas públicas, mas eu espero que os governos percebam que a manutenção dos investimentos nos esportes significa a manutenção dos investimentos na saúde, com ganhos de longo prazo." A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que há 400 milhões de obesos no mundo, 20 milhões dos quais com menos de 5 anos de idade. O problema aumenta as chances de se desenvolverem doenças como diabetes e males do coração.

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