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Equipe do revezamento procura os erros

Por Agencia Estado
Atualização:

Nem os próprios atletas identificaram os erros de passagens de bastão que deram o oitavo e último lugar para o Brasil na final do revezamento 4X100 m hoje, no Estádio Olímpico de Atenas, prova em que o País já havia conseguido uma certa tradição, com o bronze de Atlanta/96 e a prata de Sydney/2000. Só sabiam que não havia dado nada certo e que somente o técnico Jayme Netto poderia explicar. André Domingos - que na sua explicação procurou a mão de Vicente Lenílson na última passagem, enquanto a mão do outro procurava o bastão - disse que esse momento não foi o ponto determinante. "Mesmo que a passagem para o Vicente tivesse sido certinha, não teria dado." Mas, para o treinador, essa passagem teve um erro grave: "Estava estabelecida no limite e o André quase passou por cima do Vicente, quase o derrubou. Não aceito perder para os outros países que não os do pódio. Errar em final olímpica é fatal." As medalhas foram para a Grã-Bretanha, com 38s07, os Estados Unidos, com 38s08, e a Nigéria, com 38s23. Chegaram depois Japão, Polônia, Austrália, Trinidad e Tobago e Brasil (com 38s67). O tempo da mesma formação, no Mundial de Paris/2003, foi o dos nigerianos hoje, 38s23 (os brasileiros foram bronze e herdaram a prata com a Inglaterra pega no doping). Segundo o técnico Jayme Netto, Vicente chegou a pedir para abrir o revezamento, já no estádio. "Se ele tivesse me pedido 40 dias antes..." O treinador disse ter colocado o atleta por último porque tinha o melhor tempo dos velocistas brasileiros, para o sprint da chegada. "Entramos na prova para ganhar", disse Vicente Lenílson. "O tempo de 38s07 do ouro, para mim, é fraco. Temos 37s90. Mas as outras equipes correram melhor que a gente." O velocista garantiu que não perdeu o equilíbrio, não tropeçou, ou pelo menos "não viu", mas admite que a passagem do bastão de André para ele não foi boa. Contou também que na verdade a passagem não é nova: é treinada desde 1997, só que ainda não havia sido aplicada em corrida. A altura de André (1,87 m) para ele (1,66 m), segundo disse, não tem nada a ver. "Não é uma questão de altura, mas de braço." Cláudio de Souza, que abriu o 4X100 m foi quem falou que houve alguns erros mais: "De mim para o Edson Luciano. A segunda passagem, do Edson para o André eu não vi. E depois na última, do André para o Vicente. Mas Olimpíada é assim. Os Estados Unidos perdem o ouro para a Grã-Bretanha, o Brasil em oitavo. Tantos favoritos que ficaram de fora... a Jamaica. O que temos de fazer é recapitular todos os erros." Para o velocista, a montagem da equipe (Cláudio, Edson, André e Vicente) não foi equivocada, porque todos têm bastante experiência e confiança uns nos outros. "O Edson corre sempre ali, o André o melhor na curva hoje, o Vicente tem boa chegada. Mas na prática não deu nada certo. A gente tem condição de correr o tempo deles, dos que ganharam medalha." Edson Luciano Ribeiro estava derrubado, pelo tanto de treino. "A gente faz planos e, de repente, não acontece nada do que foi treinado. Na semifinal de ontem fomos até melhor. Quebramos o gelo. Mas hoje infelizmente não fomos bem."

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