22 de junho de 2010 | 00h00
Mas como sair-se bem diante da pressão, do estresse que atropela todos em tempos de globalização e de informação na velocidade do pensamento? Talvez a experiência e o treinamento para determinados momentos possam fazer com que alguém se saia melhor dizendo ou fazendo algo que não gostaria que se tornasse público. Ainda que não seja exatamente esse o ditado, pode-se dizer que quem está na frente das câmeras pode se queimar. Ainda mais se essas câmeras estiverem em meio a uma coletiva de imprensa. Estar preparado para falar com a imprensa pode ser um dos grandes pesadelos dos que não estão acostumados a isso, e, anteontem, Dunga mostrou que experiência e sucesso não bastam. É preciso ter equilíbrio.
O futebol tem espaço garantido na mídia, ainda mais em tempos de Copa. Entrevistas de jogadores são famosas pelos chavões, pelas frases célebres que nada acrescentam. Quando encontramos alguém que consegue ser eficiente - o não-convocado Ronaldo, como inegável exemplo -, isso acaba por destoar. Nosso coach tem mostrado quanto se pode irritar a quem está, em princípio, de seu lado, como se pode negar informações a quem, por princípio, a elas tem direito. O que faltaria a ele? Acredito que uma boa dose de orientação e bom senso, afinal, coerência, segundo ele, é seu sobrenome. E vale lembrar que quando alguém está em posição de representação, deixa de falar (agir) somente por si, passa a gerar significado para os que representa: e dá-lhe CBF a administrar crises, como se não bastasse o futebol!
É PROFESSOR DE COMUNICAÇÃO DA USP E DA CÁSPER LÍBERO
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