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''Estou muito a fim de ganhar''

Lionel Messi: camisa 10 do Barcelona; Cotado a melhor do mundo, o craque do Barça fala do duelo com o Manchester e diz que gostaria de, um dia, jogar por um time argentino

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Por Patu Antunes
Atualização:

Desde agosto do ano passado defendendo a emblemática camisa 10 do Barcelona - a que Ronaldinho Gaúcho deixou ao ser transferido para o Milan -, o argentino Lionel Messi concentra as esperanças da torcida catalã na final da Copa dos Campeões hoje. Tímido e pequeno - não é à toa que seu apelido dentro e fora do campo é "a pulga" -, o atacante de apenas 21 anos vive um ótimo momento, praticamente uma "Messi-mania", depois de cinco anos no clube. Elogiado pela mídia com os adjetivos mais superlativos todos os dias da semana anterior a esta final, ele, no entanto, prefere manter a calma. Sabe que o jogo será difícil, mas manda seu recado: quer fazer uma grande partida. E, se ganhar, está ciente de que as chances de virar o melhor do mundo aumentam muito. A seguir, trechos da entrevista concedida em Barcelona: O Barcelona é considerado o time com o melhor ataque do momento, e o Manchester, o de melhor defesa. O técnico do Barça, Josep Guardiola, diz sempre que vocês vão enfrentar o "melhor time do mundo". Como vencê-lo? Acho que será um jogo muito complicado, é uma final. O Manchester tem ótimos jogadores não só na defesa, mas no ataque também. Será um jogo de muita disputa pela bola. Como você está para a decisão? Me sinto bem, com muita vontade e estou muito a fim de ganhar. Estou ansioso por fazer um grande jogo. Você vai se enfrentar com Cristiano Ronaldo, o atual melhor jogador do mundo. Falam que esse título em breve será seu. Você pensa nisso? Acha que poderá ser o melhor do mundo? A verdade é que, agora, o mais importante é ganhar essa Copa dos Campeões. Os prêmios vão chegar por todo o trabalho que temos feito ao longo deste ano como equipe, como grupo. Por isso, temos de ganhar essa competição. E, também, se ganharmos, aumentam muito minhas possibilidades. Se sente pressionado? Não, pelo contrário. Acho que estou levando tudo com tranquilidade. É um jogo importante, e nós temos de estar todos muito bem. Há exato um ano o Barcelona vivia um momento muito complicado e hoje está na final por um título que, se vier, vai coroar o clube com a melhor temporada de sua história. O que provocou essa mudança? Acho que a chegada do novo técnico, (Josep) Guardiola. A visão que ele trouxe renovou a todos, nos fez mudar de mentalidade. Acho que foi todo o trabalho realizado em equipe, um trabalho pelo qual estamos lutando juntos. Foi difícil esse processo novo com o Guardiola? Difícil, não. Foi tudo muito bom. Foi tudo novo desde o princípio. Ele soube como chegar até a gente desde o começo e fez com que tudo fosse mais fácil. Quem são seus ídolos no futebol? Nunca tive um ídolo em especial, mas sempre olhei muitos jogadores e gosto de vários: Ronaldinho, Eto?o, Ronaldo, Zidane... Não sei, são muitos. São os jogadores que pegam a bola e transformam os jogos em pouco tempo, que fazem coisas diferentes. A imprensa espanhola tem dito que ninguém mais sente falta do Ronaldinho tendo o Messi na equipe. O que acha da comparação? Não tem de fazer comparações. Ronnie (apelido de Ronaldinho Gaúcho na Espanha) deu tudo ao Barcelona, o seu melhor futebol, os títulos, a Copa dos Campeões. Acho que ele sempre vai ser lembrado com carinho pelo povo de Barcelona porque ele deu muito de si. Você jogou contra o Brasil na final da Olimpíada de Pequim e ganhou por 3 a 0. Antes, a seleção brasileira tinha amargado outro grande fracasso, na Copa do Mundo. Como você vê o futebol brasileiro hoje? Está em crise? O Brasil, assim como a Argentina, tem grandíssimos jogadores e não param de aparecer ótimos atletas a todo momento. Não sei se o futebol brasileiro passa por um mau momento, mas, se isso é verdade, vai sair dessa rápido porque se trata do Brasil, que sempre será o país com o melhor futebol do mundo. Você costuma dizer publicamente que gosta muito da Catalunha e que se sente bem aqui, mas, ao mesmo tempo, afirma que é difícil ficar sem a sua família por uma parte do ano e, de quebra, que "a Argentina é a Argentina". Você tem planos concretos de voltar? Sim, gostaria de voltar, mas é algo apenas na minha cabeça... Mas também é verdade que a gente nunca sabe o que vai acontecer. Não sei se vou voltar um dia, mas eu gostaria. Você é um ídolo na Argentina, mas nunca jogou profissionalmente por um time de lá. Que clube você gostaria de defender? O Newell?s (Old Boys, time de Rosário). Porque é meu time de sempre, joguei ali quando era pequeno e é o time da minha cidade. Quando criança, era onde sonhava jogar. Mas também atuaria por qualquer time argentino porque eu gostaria de viver os campeonatos dali e de sentir a paixão que as pessoas têm pelo futebol. Você se sente catalão? Eu já estou há quase mais tempo na Catalunha do que na Argentina. Vim muito pequeno, cresci aqui e tudo o que eu sei aprendi em Barcelona. Se identifica com a cultura catalã? Sim. Fui crescendo com a cultura da Catalunha, com o Barça e com as pessoas que vivem em Barcelona. Quais são suas expectativas para a Copa de 2010? Minhas expectativas são grandes, apesar de que no último jogo com a Bolívia não fomos bem (a Argentina perdeu por 6 a 1, em La Paz). Acho que foi só um tropeço, não mais que isso. Maradona (técnico da seleção) está trabalhando muito bem. Por falar em Maradona, ele já disse que você seria o sucessor dele. Como você se sente ao ouvir isso? É muito especial para mim, claro, mas, como eu sempre disse, acho que o Maradona não tem sucessor. Ele vai ser para sempre, para mim pessoalmente e para muitíssima gente, o maior de todos. Quem é: Lionel Messi Natural de Rosário, na Argentina Idade: 21 anos Posição: meia-atacante Começou a carreira nas categorias de base do Newell?s Old Boys Está há 5 anos no Barça

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