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Europeus do Brasil estréiam no hipismo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Há muito tempo eles não moram no Brasil. Não têm nenhuma intenção de retornar. E são pouco conhecidos na terra natal. Podem, no entanto, ser importantíssimos para o País nos Jogos de Atenas. Os cavaleiros Rodrigo Pessoa, Álvaro de Miranda Neto, o Doda, Bernardo Resende Alves e a amazona Luciana Diniz iniciam na madrugada de domingo, a partir das 3 horas (de Brasília), briga por vaga na final da competição individual de saltos, no hipismo. As chances de medalha, até de ouro, são grandes e um bom resultado na modalidade vai melhorar bastante a colocação brasileira no quadro geral, até agora inexpressiva. Além de estar bem na disputa individual, o Brasil também aparece com possibilidades consideráveis no torneio por equipes, a ser realizado no início da semana. Mesmo que ganhem, não serão recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem farão carreata pelas ruas das cidades do País. Permanecerão na Europa. Rodrigo, Doda e Bernardo vivem em Bruxelas, na Bélgica, e Luciana num município próximo a Hannover, na Alemanha. Atualmente, são mais europeus que brasileiros, embora garantam ter orgulho de vestir a camisa verde e amarela. "O brasileiro prefere ir para a Europa, onde há melhor infra-estrutura, bons técnicos e uma base forte", explicou o técnico Nelson Pessoa. Com exceção de Bernardo Alves, todos se mudaram para o Velho Continente há pelo menos 10 anos. Bernardo foi apenas em 2001. "Minha vida inteira está feita na Bélgica, não pretendo mais voltar para o Brasil", afirmou Rodrigo. Baloubet - O cavaleiro de mais prestígio do Brasil tem motivo especial para pensar em bom desempenho. Há três semanas, ganhou sua primeira filha, Cecília, a quem dedicará uma eventual medalha. A mulher, a norte-americana Keri, cuida da criança enquanto o marido compete. O pódio será fundamental, também, para o famoso Baloubet du Rouet, cavalo que passou a ser conhecidíssimo no Brasil depois de refugar em Sydney. "O que as pessoas falam do Baloubet não me afeta. O cavalo ficou famoso por causa do refugo e não por uma vitória, principalmente porque era a última chance de ouro do Brasil em Sydney, mas está muito bem preparado, até em melhores condições físicas do que em 2000", garantiu Rodrigo. Além dele, quem aparece na segunda colocação entre os favoritos do Brasil, de acordo com a comissão técnica, é Luciana Diniz. A participação de Doda, com um cavalo de apenas 8 anos, o Countdown, é considerada incógnita. A delegação do hipismo optou por alugar uma casa e não ficar na Vila Olímpica, como o restante dos brasileiros. "É mais conveniente por ficar perto do nosso local de treinamento", explicou Rodrigo. O fator concentração também pesou. "Mas não que a gente não tivesse prazer em ficar com as outras pessoas da delegação."

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