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Exames hoje vão indicar gravidade de lesão cerebral de Felipe Massa

Piloto brasileiro sofre acidente em treino para GP da Hungria, é operado e passa a noite em observação

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Por Livio Oricchio
Atualização:

A segunda parte do treino de classificação do GP da Hungria, ontem, no circuito Hungaroring, estava já nos segundos finais, às 14h40, quando a FOA Communication, responsável pela geração das imagens na Fórmula 1, mostrou a Ferrari de Felipe Massa parada em frente à barreira de pneus da veloz curva 4. Em princípio, parecia um acidente comum e sem maiores consequências. Mas o piloto não se mexia dentro do cockpit e depois, na repetição das imagens, ficou claro que algo havia se chocado contra seu capacete na reta antes da curva. O capítulo seguinte da história foi uma profunda consternação no autódromo e muita gente nas proximidades do ambulatório desesperada por notícias. No fim, Massa teve de passar por cirurgia para a retirada de fragmento ósseo do crânio e passou a noite no Hospital Militar de Budapeste, em coma induzido. De acordo com o comunicado divulgado pela Ferrari, o exame médico mostrou, além do corte na testa, com cerca de oito centímetros, uma lesão na parte esquerda do crânio e uma concussão cerebral. A nota informou que a cirurgia foi bem-sucedida, mas o brasileiro passaria a noite em observação na Unidade de Terapia Intensiva. "É sempre um quadro de traumatismo craniano e, por vezes, algumas complicações surgem mais tarde, mas todas as referências que temos são positivas", explicou ontem seu médico pessoal, Dino Altman, que hoje chega à Hungria. O médico manteve contato regular com os colegas que assistiram a Massa. Junto do médico viajaram, ontem, a esposa de Massa, Rafaella, grávida de 5 meses do primeiro filho do casal, o pai, Luis Antonio Massa, e a mãe, Ana. "Precisamos aguardar a evolução do caso. Mas, numa escala que varia de 3 a 15 para descrever a gravidade desses traumas, Felipe se enquadra no número 14, o que representa um ótimo sinal", falou Altman. As próximas horas serão decisivas para Massa, segundo Altman, embora destaque seu otimismo. No caso de tudo transcorrer bem, sem problemas que possam surgir, os médicos até já falaram em tempo de recuperação, estimado em seis semanas. Assim, mesmo com tudo correndo a seu favor o piloto da Ferrari teria poucas chances de disputar o GP da Europa, em Valência, dia 23. O ACIDENTE A mola do terceiro amortecedor da Brawn GP de Rubens Barrichello se soltou e caiu no asfalto. Estava pulando, ainda, quando Massa passou. Atingiu o seu capacete na porção superior esquerda da viseira. O peso do objeto é de um quilo e a Ferrari estava, naquele instante, a cerca de 200 km/h. Os danos no capacete foram significativos, atingindo até mesmo a cabeça Massa foi retirado do carro e, com o capacete ainda, transferido para a ambulância. O médico da Fórmula 1, Gary Hartstein, disse que Massa estava bastante agitado. "Por isso o sedamos parcialmente." Rubens Barrichello, da Brawn GP, correu para o ambulatório. Estava na sua frente quando Massa perdeu o controle da Ferrari. "Compreendi que não havia feito a curva ao olhar pelos espelhos." Rubinho não sabia ainda que a peça que havia atingido o capacete de Massa havia saído de seu carro. A tensão cresceu no paddock com a falta de informação. Quem primeiro trouxe um pouco de tranquilidade foi o irmão do piloto, Eduardo. "Felipe está consciente e falei com ele." Rubinho comentou sobre o corte no supercílio e o médico italiano Riccardo Chicarelli, da Toyota, comentou que o quadro geral de Massa era bom. Eduardo falou, também, que seu irmão havia conversado por telefone com a esposa. O assessor de imprensa da Ferrari, Luca Colajanni, informou os jornalistas: "Por motivos óbvios a equipe disputará o GP da Hungria apenas com Kimi Raikkonen." Bernie Eclestone, promotor do Mundial, visitou Massa na noite de ontem no hospital.

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