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Êxito feminino no handebol aumenta pressão no masculino

Após um modesto 13º lugar na Espanha, seleção de Jordi Ribera inicia a busca por uma boa colocação no Mundial do Catar

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Foto do author Vitor Marques
Por Vitor Marques
Atualização:

Em 2013, pela primeira vez na história, a seleção brasileira feminina de handebol conquistou o título de campeã do mundo. No mesmo ano, a seleção masculinatambém alcançou aquela que é sua melhor colocação em mundiais. Foi um modesto 13º lugar.

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“As realidades do masculino e do feminino são diferentes, não só aqui, mas em muitos lugares”, pondera o técnico do time masculino do Brasil, Jordi Ribera, que é espanhol. “Nós sabemos que temos mais cobranças, está claro que dá uma exigência maior.” 

Superar a 13ª colocação obtida há dois anos, na Espanha, é o objetivo que a seleção masculina persegue no Mundial do Catar, que começa nesta quinta-feira (15), em Doha. O Brasil estreia contra os donos da casa (15h30, horário de Brasília). 

Meta da seleção masculina de handebol é superar a 13ª colocação obtida há dois anos, na Espanha Foto: Divulgação

Ribera falou com o Estado antes de a seleção deixar o País para ir ao Mundial do Catar. Ele falou sobre seus planos para a seleção masculina a curto prazo, disputar uma boa Olimpíada no Rio, e a longo prazo, formar talentos, um trabalho ao qual ele se dedica com afinco.

Segundo Ribera, já houve progresso entre sua primeira passagem pela seleção, de 2004 e 2008, e a atual, que começou em 2012. “Evoluímos. O perfil do jogador melhorou, temos jogadores mais altos, com mais formação, jogadores mais completos do que tínhamos." 

É consenso, porém, que o handebol masculino ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar o êxito feminino. O Mundial do Catar é um passo, como serão também os Jogos Pan-Americanosdeste ano, em Toronto, no Canadá, e, claro, a Olimpíada do Rio, em 2016.

“É cedo esperar que a Olimpíada seja o ponto mais alto dessa preparação. Temos de um dar passo mais à frente”, afirmou. Ribera conhece bem a realidade do handebol disputado no País. Ele foi técnico da seleção entre 2004 e 2008, até a Olimpíada de Pequim. Quatro anos depois, reassumiu o cargo após o Brasil ficar sem vaga nos Jogos de Londres.

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“Quando voltei o projeto era renovar a seleção, com a Olimpíada do Rio como objetivo. Terminando a Olimpíada isso continua. Nosso projeto não engloba só os adultos (a seleção principal), esse é um erro que geralmente se comete.”

O apartamento que Jordi vive, num bairro de classe média em Santo André, é um home office. Decoram a casa livros, pastas, apostilas sobre handebol e um enorme mapa do Brasil, cravejado de lembretes. São os lugares que ele visitou e onde existem o trabalho nas categorias de base, a busca por novos talentos.

 Acampamento Nacional de Desenvolvimento e Melhoria Técnica é o nome do projeto de formação de atletas que depende de verbas do Ministério do Esporte. Um acampamento pode receber mais de 100 garotos para treinamentos e atividades como palestras com o próprio Jordi e com atletas da seleção masculina que passaram por esse estágio.

O ponta-esquerda Arthur Patrianova, 22 anos, natural de Itajaí (SC), é um dos jogadores mais novos da seleção brasileira que vai ao Mundial da Qatar e que simboliza a renovação do time.

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"Patrianova, Valadão, Lucas, uma série de jogadores começou mudar um pouco a fisionomia da seleção, mas também temos jogadores experientes, sem eles isso não seria possível", diz Jordi.

Um exemplo é o armador Fernando Pacheco, o Zeba, 31 anos, quase dez deles na seleção brasileira. Um dos mais experientes do time, ele foi o artilheiro do Brasil no Mundial da Espanha.

Dos 17 atletas convocados por Ribera, oito jogam em clubes brasileiros - seis deles no Taubaté, atual bicampeão da liga nacional. Os outros dois vêm do Pinheiros. Na preparação para o Mundial, o Brasil disputou um torneio amistoso no Egito. A seleção brasileira perdeu dois jogos equilibrados para os donos da casa e venceu a Arábia Saudita.

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