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Experiência canadense supera juventude brasileira no hipismo

Por MAIR PENA NETO
Atualização:

A experiência da equipe canadense superou a juventude brasileira na prova de velocidade, com obstáculos a 1,45m, que abriu nesta quinta-feira as competições de saltos do hipismo dos Jogos Pan-Americanos. A canadense Jill Henselwood, 41 anos, montando Special Ed, foi a vencedora do dia ao ser a única a completar o percurso abaixo de 80 segundos, e o Canadá assumiu a liderança por equipes, 2,95 pontos à frente do Brasil. Com média de idade de 48,5 anos, a equipe canadense zerou o percurso com três de seus representantes, e apenas Eric Lamaze, o mais jovem do grupo, com 39 anos, cometeu uma falta. Primeiro canadense a saltar, Lamaze, montando Hickstead, vinha muito rápido em busca de tempo, quando derrubou uma vara na entrada do duplo na linha final da pista. O Brasil também fez uma excelente apresentação e ficou em segundo por equipes, mas acabou prejudicado pela quebra do estribo de Cesar Almeida, que o levou a cometer duas faltas no final do percurso. Por ironia, Cesar era justamente a aposta brasileira para a prova de velocidade. "Vinha muito rápido, já que a expectativa era tentar a vitória comigo, pois meu cavalo (Singular Joter II) é especialista em prova de caça", contou Cesar, que acabou sofrendo um refugo e derrubou dois obstáculos. Cesar utilizava um estribo encaixado à bota, que ajuda o jogo de corpo do cavaleiro no percurso por ter um movimento que o estribo normal não tem. O que ele não contava era que o estribo alemão quebrasse, o desestabilizando. "No começo do percurso perdi o pé esquerdo, e depois do rio perdi o outro. Como estava desequilibrado, o cavalo sentiu e refugou", contou Cesar, lamentando a infelicidade, já que a linha final da prova, onde cometeu as duas faltas, era a melhor para Singular Joter. Cesar passou a utilizar o estribo de segurança depois da seletiva que o classificou para a equipe brasileira no Pan. "O estribo era novo e saltei a adaptação com ele sem problemas. Não sei o que houve. Vou conversar com o fabricante", disse Cesar. Para utilizar este tipo de estribo, o cavaleiro envia a bota para o fabricante, que encaixa uma placa de metal no solado, onde o estribo é preso. Rodrigo Pessoa e Pedro Veniss usam o estribo, mas Bernardo Rezende, o melhor brasileiro no dia, não gosta. "Vi o Rodrigo tomar um tombo com esse estribo uma vez e acho que ele podia ter saído antes e não conseguiu. Prefiro ficar solto", disse Bernardo. Indiretamente responsável pelo Brasil ter ficado atrás do Canadá, Cesar Almeida, o mais velho cavaleiro brasileiro, não utilizará mais o estribo de segurança. "Eu me arrependo muito de ter experimentado (o estribo) em hora imprópria", afirmou.

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