Assim que viu Taffarel, Lucas Alves Pereira, de 10 anos e apenas 1,35 metro, não teve dúvidas: correu em direção ao ídolo, empurrou alguns amigos, todos maiores, e fez questão de pedir um autógrafo na luva. "Agora que não levo mais gols", dizia, emocionado, o mais baixinho da escolinha de goleiros de Zetti, Fechando o Gol, inaugurada ontem, mas em atividade há alguns meses. "Vou passar talco e evitar usá-la para não sair o autógrafo." Apaixonado por futebol, o jovem, santista, sonha em ser como Taffarel e em jogar ao lado de Fábio Costa. "Ele que se cuide", brinca o menino, que jamais pensou em ser goleiro. "Sempre gostei de marcar gols, mas o professor disse que não teria futuro na linha", diz ele, que mora no bairro de Sabará, em Santo Amaro, perto da escolinha de Zetti. Lá, divide os trabalhos com muitos garotos. Todos sonhando em tornarem-se jogador de futebol. O projeto de Zetti, novidade no meio, surgiu de um pedido do músico Branco Mello, do Titãs. "Meu filho (Bento, de 17 anos) jogava no CFZ (do Rio) e viemos para São Paulo. Queria que ele treinasse aqui e conversei com o Zetti", revela. Dois anos depois, seu pedido se realizou. "Pena que o Bento não quer mais jogar. Mas vou trazer o Joaquim (de 9 anos)", diz. "Pelo menos uns treinos farei aqui", fala Bento, agora fanático pela música.