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Fabíola provou que Bernardinho estava certo

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Por Agencia Estado
Atualização:

"O Brasil não tem levantadoras altas. Tenho de investir em alguém, e acho que você tem potencial. Você podia tentar mudar de posição." Há cinco anos, Bernardo Rezende, atual técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, deu este conselho para Fabíola Almeida. A garota, que era atacante de ponta, aceitou o desafio e mostrou que a história deu certo. Tanto que foi a heroína da vitória de sua equipe, MRV/Minas, sobre o Finasa/Osasco, por 3 a 2, na quinta-feira. Com o resultado, as mineiras empataram a série fina da Superliga, em melhor-de-cinco, em 1 a 1. O próximo jogo será domingo, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Fabíola tornou-se em poucos dias a salvação do MRV/Minas. Um dia antes do início das finais, Gisele, a levantadora titular do time, sofreu uma entorse no tornozelo direito e a novata teve de encarar o forte Osasco na briga pelo título. "Trabalhei muito nessa última semana. Chegava uma hora antes dos treinos e saía uma hora depois de todo mundo. Não esperava fazer uma final como essa. Não este ano, porque a Gisele fez uma ótima campanha", afirmou a jogadora de 21 anos e 1,85m, que foi escolhida como a melhor da partida de quinta-feira. Quando ela tinha 16 anos e jogava no Força Olímpica de Brasília, Bernardinho, também coordenador do Rexona, chamou Fabíola para atuar em sua equipe. "Eu era titular da seleção infanto, como eu ia virar levantadora de uma hora para outra? Até que um dia recebi um telefonema da Fernanda Venturini. Ela me disse que teve a mesma dúvida que eu há muitos anos, e que eu deveria tentar, principalmente porque o Bernardinho achava que eu tinha o potencial. Foi ali que mudei de idéia. Tive de reaprender a jogar vôlei, mas valeu a pena", contou a jogadora, que em 2001 integrou a seleção juvenil que conquistou o título mundial, na República Dominicana. Um ano depois do título mundial, Fabíola foi para o MRV/Minas, onde está há três temporadas. A idéia de ter de substituir Gisele na fase decisiva da competição não foi fácil de assimilar. "Treinei algumas vezes com a equipe porque a Gi estava com problemas no tendão de aquiles. Mas na semana antes da final eu não havia treinado com o time titular. Quando soube que ia ter de entrar, pensei: ?Vamos pro pau.? Ralei muito nos treinos, me fechei no pensamento de que o jogo era nosso", revelou. "Mas se não fossem as minhas companheiras, eu não teria recebido o troféu de melhor jogadora." Apesar disso tudo, a jovem levantadora prefere manter os pés no chão. "Não mudou nada, cada jogo é uma experiência a mais. Cresci nesse jogo, mas eu não sou ninguém. Eu sou a Fabíola. A Fabíola que está procurando seu espaço." Sobre o próximo jogo, domingo, Fabíola não sabe se será titular ou se o Minas terá a volta de Gisele. "Não sei como está a Gi, talvez ela volte se estiver recuperada. O atleta tem de saber lidar com isso, estou tranqüila. Vou continuar fazendo meu trabalho." Os ingressos para a próxima partida da final da Superliga, no domingo, às 13h30, estarão à venda nas bilheterias do ginásio do Ibirapuera apenas no dia do jogo, a partir das 11h. Preços: arquibancada R$ 5 e cadeiras R$ 10.

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