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Falta bom senso a Palmeiras e WTorre

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Por Luiz Antônio Prósperi
Atualização:

O risco de o Palmeiras celebrar seu centenário sem casa própria para fazer a festa é real. É bem provável que o clube tenha de alugar um salão, assim como fez para acomodar sua história traduzida nas valiosas taças apinhadas em um pequeno edifício em Pinheiros, desde 2010, quando o velho Palestra Itália veio abaixo vítima das retroescavadeiras da WTorre.Sem casa, o Palmeiras vai passar vergonha ao apagar as cem velinhas diante de sua gente e dos convidados. Há ainda a chance de a festa acontecer no Allianz Parque, nome de rebatismo do Parque Antarctica. Desde que, é claro, se chegue a um entendimento entre o clube e a empreiteira. Acordo este quase impossível de ser fechado tamanha turra dos palmeirenses em uma questão tão fácil de se resolver. Basta uma conversa desprovida de paixões e ajustes no contrato assinado pelas partes em 15 de julho de 2010. Se o impasse é o número de cadeiras que cabe a cada um ou o direito de comercialização dos assentos, que se faça um novo acordo. E pronto. Nada de bravatas.O que parece não é esse o caminho a ser seguido. Do lado do Palmeiras há quase uma tradição de se jogar fora boas parcerias. Da redentora Parmalat, dos títulos e façanhas na década de 1990, aos negócios com a Traffic em 2009.Agora a rusga é com a WTorre. Sem entrar no juízo de valor de quem está certo ou errado, a empreiteira construiu um novo clube dentro da área do velho Palestra, deu ao Palmeiras um novo estádio, sem nenhum custo nas obras e ônus na manutenção do equipamento, e, em troca, exigiu o direito de explorá-lo por 30 anos. O Palmeiras entrou com o terreno e sua rica história. Ganhou um presente inimaginável para os difíceis dias de hoje e agora corre o risco de não poder desembrulhar o pacote na festa do centenário. É muito orgulho e falta de bom senso.

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