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Febre aftosa é o assunto do Mundial

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Por Agencia Estado
Atualização:

O comprometimento da temporada de 2001, provocado pela febre aftosa, é um dos principais temas das conversas entre as pessoas da comunidade do hipismo que estão na Suécia para competir ou assistir a Copa do Mundo. "A situação é complicadíssima e enormes os prejuízos para a ´indústria´ do cavalo", afirma Ruy Leme da Fonseca, de 27 anos, cavaleiro do Concurso Completo de Equitação (CCE), que vive em Oxford, na Inglaterra, país onde foi detectado o primeiro caso da doença esse ano. "Vim para Gotemburgo há dois dias e já eram 1.288 os casos registrados. São 20, 25 novos casos todos os dias. A Inglaterra está parada." O maior concurso hípico inglês, de Badminton, que seria em maio, já foi cancelado. Ruy disse que até mesmo a equipe inglesa de CCE está treinando nos Estados Unidos e ele próprio, assim como Guto de Faria, outro brasileiro que está na Inglaterra, procuram alternativas - talvez voltar para o Brasil - para treinar visando os Jogos Mundiais Eqüestres, de Jerez de La Fronteira, Espanha, em 2002. "No nosso haras vários proprietários já retiraram os seus cavalos, levando esses animais para outros países", observa Ruy. O cavalo, que é portador da febre aftosa, pode sair, mas não entrar no país. "Até mesmo para entrar no haras é preciso desinfetar o caminhão e as botas." Nélson Pessoa, o Neco, de 65 anos, pai de Rodrigo Pessoa e proprietário de um haras, em Lygni, na Bélgica, observa que o prejuízo não está restrito a Inglaterra ou ao CCE. Atinge toda a Europa e, como conseqüência, todo o mercado que atua nessa área, de companhias aéreas e fabricantes de botas. Passa pelos cavaleiros e proprietários, que ficam sem os prêmios dos concursos cancelados e deixam de vender cavalos. "Simplesmente pára", ressalta Neco. Ele lembra que até mesmo um concurso importante como o de Aachen, na Alemanha, inicialmente marcado para o período de 12 a 17 de junho, não está confirmado. "Já estamos mais que satisfeitos de a Copa do Mundo estar sendo realizada." E não tem dúvida que a temporada está comprometida. Pessoa comenta que os negócios da família só não terão tanto prejuízo porque esse ano Rodrigo, montando Baloubet du Rouet, já venceu o GP de Milão, que oferece um dos maiores prêmios do hipismo mundial (550 mil marcos). "Isso salvou a nossa temporada." Nélson Pessoa disse ainda que "esta semana mesmo apareceram dois casos novos na Holanda, bloqueando também os holandeses além dos ingleses". O cavaleiro diz não entender direito a política dos ministros da agricultura europeus, que preferem matar a vacinar os animais contra febre aftosa.

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