
27 de novembro de 2012 | 02h08
SÃO PAULO - Luiz Felipe Scolari ainda não está "apalavrado" com José Maria Marin, presidente da CBF, para assumir a seleção brasileira. O treinador não descarta voltar ao comando do time, desde que possa indicar um coordenador técnico experiente e com vasto currículo em Copas do Mundo, como Carlos Aberto Parreira.
Felipão, um dos mais fortes candidatos à sucessão de Mano Menezes, tem a preferência de Marin e de Marco Polo Del Nero, vice da CBF e presidente da Federação Paulista, mas ainda não se reuniu com os cartolas.
Sanchez comenta que 'ouviu dizer' que Felipão já está apalavrado com a CBF
"Não tenho nada. Não tenho nenhum contato com a seleção brasileira'', disse o treinador ontem, no Sul. "Tenho contato com alguns clubes, e com alguns clubes de fora do País.''
Nas últimas três semanas, Felipão fez um giro pelo Nordeste para dar palestras a serviço de uma empresa de telefonia móvel e também cumprir compromissos do Ministério dos Esportes.
O treinador visitou as obras dos estádios de Fortaleza, Recife e Natal, sedes da Copa de 2014. Na capital do Rio Grande do Norte, depois de cumprir a última ponta de sua agenda oficial, ainda passou uma semana descansando com seus familiares.
Após a incursão ao Nordeste, Felipão esteve em Campo Grande e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, a serviço do Ministério do Esporte. Foi em Corumbá, na sexta-feira, que recebeu a notícia, por meio da imprensa local, da queda de Mano.
No sábado, Felipão embarcou para Caxias do Sul. E no domingo, ao lado do presidente do Grêmio, Fábio Koff, assistiu a uma missa no Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio. Em seguida, reuniu-se com familiares na casa de sua mãe, que enfrenta problemas de saúde.
No Rio, ontem, Marin se manifestou pela primeira vez sobre a mudança na seleção e reforçou que o nome do substituto de Mano só será divulgado em janeiro. O dirigente, que participou da cerimônia de abertura da Soccerex, explicou seu critério para a contratação. "O novo técnico da seleção brasileira tem de ter um perfil vencedor e que possa conduzir o Brasil ao sonho do título mundial em 2014." Marin prometeu até o anúncio do novo técnico realizar uma "grande avaliação" para fazer a melhor escolha. Aproveitou a ocasião para revelar que ainda não conversou com ninguém sobre o cargo.
O presidente da CBF também descartou a possibilidade de contratar um técnico estrangeiro. "Muito dificilmente", respondeu. "Respeito muito o Guardiola (ex-técnico do Barcelona), mas todos os nossos cinco títulos mundiais foram conquistados com técnicos do Brasil."
Marin não quis falar sobre Mano Menezes. Quando lembrado que chegou a dizer meses atrás que o treinador não seria demitido, desconversou. "O passado é o passado, agora temos de analisar o presente e o futuro."
Carlos Alberto Parreira também esteve na Soccerex e disse que não cogita a possibilidade de voltar a trabalhar como treinador. Mas, quando perguntado se aceitaria convite para ser coordenador técnico da seleção, foi enfático: "Aí é diferente. É uma outra situação". / COLABORARAM SÍLVIO BARSETTI e TIAGO ROGERO
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.