Ferrari, a hora de dar o troco

Equipe italiana tem boas condições de superar a McLaren na Malásia

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Por Livio Oricchio e KUALA LUMPUR
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A Ferrari era a favorita para vencer na Austrália, mas registrou seu pior desempenho nos últimos 14 anos, com os dois pilotos de fora por abandono técnico. Por isso, apesar da maior velocidade e constância em relação à concorrência nos treinos do GP da Malásia, nem Felipe Massa nem Kimi Raikkonen, ao menos publicamente, assumem que podem dar o troco na McLaren, vencedora com Lewis Hamilton em Melbourne. As equipes trabalham com a previsão de chuva para depois da prova, cuja largada será às 15 horas (4 horas de Brasília deste domingo), com transmissão ao vivo pela TV Globo. Já a meteorologia aponta 60% de possibilidade de chover durante as 56 voltas no seletivo traçado do Autódromo de Sepang, localizado a 60 quilômetros de Kuala Lumpur. São duas condições bastante distintas, principalmente porque o novo regulamento técnico proibiu recursos como o controle de tração que, no caso de asfalto molhado, auxilia muito os pilotos a manterem-se na pista. "Nos treinos de sexta-feira fomos sempre muito rápidos e regulares, com os dois tipos de pneus. Se não chover na corrida, vimos que nosso ritmo é melhor que o da McLaren", comentou Massa. Seu companheiro, o campeão do mundo, Kimi Raikkonen, começou a preparação para a prova como terminou a etapa de Melbourne, parado no circuito. "Houve um problema de comunicação na equipe e fiquei sem gasolina." A Ferrari fez seu piloto não concluir a sessão livre da manhã de sexta-feira em razão de pane seca. Apesar de Massa impor-se a Lewis Hamilton, da McLaren, a maior parte do tempo nos treinos do GP da Malásia, Raikkonen mostrou mais cautela que Massa: "É difícil saber ao certo como será a disputa com nossos adversários, mas pelo que vi até agora estou bastante confiante que o resultado do fim de semana será bem distinto do de Melbourne." Recuperar parte dos pontos perdidos na abertura do Mundial é a meta da Ferrari, segundo Stefano Domenicalli, novo diretor-esportivo. O líder do Mundial, depois da extraordinária vitória no GP da Austrália, Lewis Hamilton, da McLaren, reconheceu que vencer a segunda etapa da temporada será bem mais difícil. "Nós já prevíamos que os pilotos da Ferrari viessem bem mais fortes aqui. Depois de tantas dificuldades como eles tiveram no Circuito Albert Park, a tendência era de apenas melhorar, como está acontecendo aqui em Sepang." Na Fórmula 1 sem o controle de tração e o freio-motor automático, como foi demonstrado na primeira etapa do calendário, em Melbourne, os erros são mais freqüentes, ao menos por enquanto. "É por isso que não gostaria de correr na chuva. Aqui quando chove é para valer", falou Nick Heidfeld, da BMW, terceira força da Fórmula 1. Já o parceiro, o polonês Robert Kubica, não vê problema de correr no molhado. "Nosso carro melhorou muito, em uma ou outra condição." OUTROS CANDIDATOS Se a prova for como a da Austrália, cheia de variáveis, nada impede de que outra equipe, além de McLaren e Ferrari, surja com chance de ganhar a corrida, como a BMW e a Williams, por exemplo. "Nossa dupla de pilotos é capaz, mas ainda inexperiente", lembrou Patrick Head, sócio de Frank Williams. Nelsinho Piquet, da Renault, comentou que apenas em um dia de trabalho na Malásia, ontem, já tinha a mão do carro e do circuito. "Não tive os problemas da Austrália, andei bastante, sinto-me bem mais seguro." Isso o fez rir e relacionar-se bem com a imprensa internacional. E enquanto a grande maioria torce para não chover, Rubens Barrichello, da Honda, abertamente deseja correr na chuva, "mas com pequeno volume d?água".

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