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Festa de jogadores do Fla em sítio acaba em delegacia de BH

Duas garotas de programa prestam queixa contra atacante Marcinho, que as teria agredido

Por Bruno Lousada e Eduardo Kattah
Atualização:

Uma balada promovida por quatro jogadores do Flamengo após o empate por 1 a 1 com o Atlético-MG, após o jogo de quarta-feira à noite, no Mineirão, terminou em confusão e registro policial. Duas garotas de programa prestaram queixa, na manhã de ontem, na Divisão de Polícia Especializada da Mulher, em Belo Horizonte, contra o meia Marcinho. Um dos destaques do time carioca na partida, autor do gol do Flamengo, o seu sétimo no Campeonato Brasileiro, ele foi acusado de agressão por Luana Gonçalves, de 21 anos, e por Andréia Aparecida Silva, de 22. A confusão ocorreu de madrugada, durante uma festa em um sítio que seria do goleiro Bruno, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital mineira. Além do meia e do camisa 1 rubro-negro, teriam participado da reunião íntima o atacante Diego Tardelli e o goleiro reserva Paulo Victor. A diretoria do Flamengo prometeu punir o grupo mais animado. Luana disse à polícia que Marcinho a agrediu porque ela se recusara a ter relação sexual sem camisinha. "Ela não aceitou e aí houve o atrito", afirmou a delegada Lilian da Silva Santos. De acordo com a Polícia Civil, Marcinho foi acusado também de tentar fazer sexo oral com a garota e, diante de outra recusa, passou a agredi-la novamente. Ao tentar intervir, Andréia também teria sido vítima de agressão. "Pelas declarações, entendemos que se caracterizou uma tentativa de violência sexual, mas isso é o que elas estão dizendo e vai ser apurado", disse a delegada. "A princípio ficou caracterizado lesão corporal contra uma delas e tentativa de atentado violento ao pudor." A uma emissora de TV local, uma das mulheres - sem ser identificada - mostrou marcas no corpo da suposta agressão e disse que Marcinho tentou atingi-la com uma garrafa, mas foi impedido pelo goleiro reserva Paulo Victor. Após serem ouvidas, foram submetidas a exames de corpo de delito. O caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, em Ribeirão das Neves. De acordo com a delegada titular Glória Ferreira Duarte, Marcinho deverá ser intimado a prestar depoimento por meio de carta precatória, já que possui residência no Rio. Bruno e Marcinho não seguiram para a cidade com a delegação do Flamengo. Nos depoimentos, as garotas disseram que foram contratadas como "acompanhantes" para "animar" a festa e cada uma recebeu R$ 350. As mulheres relataram também que a festa foi regada a "vários tipos de bebidas alcoólicas". "Disseram que havia muitas garotas (8 no total), não só elas, e que foram para lá para animar a festa, mas com o combinado de que poderia haver programa. E, se houvesse, receberiam à parte", afirmou a delegada. A diretoria do Flamengo precisará de habilidade para contornar a crise. A julgar pelas palavras de Diego Tardelli durante desembarque no Rio, o clima no grupo tende a piorar. Sem medir as palavras, o atacante pôs toda a culpa pelo incidente em Marcinho. "Quem vai ter de explicar e ser homem de assumir é o Marcinho", emendou Tardelli, que tinha fama de indisciplinado no São Paulo, de onde saiu no início do ano. Casado e pai de uma filha, Tardelli disse que, após o jogo contra o Atlético, jantou com a avó e um tio e, depois, passou no sítio de Bruno. Ele garantiu ter ficado só 45 minutos no local. "Não me senti bem naquele ambiente." As mulheres de Tardelli e do goleiro Bruno pediram, ontem, a separação. Chateado, o capitão Fábio Luciano destacou que o grupo vai cobrar explicações dos envolvidos na confusão. "A instituição foi afetada", reclamou o zagueiro. O atacante Marcinho já teve seu nome envolvido em outro incidente na última semana. O jogador alegou que emprestou seu carro a um amigo, suspeito de atropelar duas pessoas na Rocinha, favela da zona sul do Rio. O jogador terá de prestar depoimento em breve.

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