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FIA recua e campeão sairá por pontos

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Por Livio Oricchio
Atualização:

Durou apenas três dias a tentativa de mudança nos critérios de definição do campeão na Fórmula 1. Na terça-feira, a Federação Internacional de Automobilismo anunciou que o vencedor da temporada seria o piloto com o maior número de vitórias e não de pontos. A decisão provocou reação negativa de pilotos, equipes e dirigentes. A ponto de fazer com que o presidente da FIA, Max Mosley, e o detentor dos direitos comerciais da categoria, Bernie Ecclestone, recuassem: volta a valer o critério habitual, no campeonato que começa em uma semana, na Austrália. Pela manhã, ontem, Lewis Hamilton, uma espécie de Ayrton Senna dos ingleses, chamou de "vergonhoso" o distanciamento dos dirigentes do automobilismo em relação aos fãs da competição, "em essência para quem todos trabalham na Fórmula 1". Mas o fator decisivo mesmo para a mudança foi o comunicado distribuído pela associação das equipes, a Fota. Os representantes dos times alegam que a FIA desacatou a própria FIA. O texto diz que pelo exigido no Apêndice 5 do regulamento e de acordo ainda com o artigo 199 do Código Desportivo Internacional, redigido pela entidade, alterações nessa proximidade do início da temporada são possíveis apenas quando todas as escuderias concorrentes concordam. E a Fota deixou claro que nenhuma das equipes desejava conhecer o campeão pelo número de vitórias. Como bom advogado que é, Max Mosley compreendeu logo que havia uma saída jurídica para a Fota, com quem está em pé de guerra, para reverter o definido pelo Conselho Mundial da FIA. E saiu-se com: "Se, por alguma razão, os times da Fórmula 1 não concordam com o sistema aprovado, sua implantação será adiada para 2010." O mesmo documento transfere de maneira incrível a responsabilidade pela aprovação do novo critério a Ecclestone: a proposta "O vencedor leva tudo", apresentada pelo detentor dos direitos comerciais, só foi aprovada porque ele garantiu que as escuderias eram a favor. A ideia de Ecclestone e Mosley, no fim, saiu derrotada. Mas a sugestão da Fota, definida a partir de pesquisa de opinião pública, também não saiu vitoriosa. A entidade queria 12 pontos para o vencedor, 9 para o segundo e 7 para o terceiro colocado. Para as demais colocações os pontos permaneceriam iguais. Nada, porém, mudou em relação a 2008: 10 (1º), 8 (2º), 6 (3º), 5 (4º), 4 (5º), 3 (6º), 2 (7º) e 1 (8º).

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