Fifa volta atrás e libera jogos na altitude

Entidade também estuda projeto para limitar estrangeiros nos clubes

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Por Redação
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Ficou só na ameaça. A Fifa suspendeu ontem a proibição à realização de jogos internacionais em altitudes superiores a 2.750 metros. O presidente da entidade, Joseph Blatter, declarou ontem em Sydney, Austrália, que a decisão foi tomada para atender aos pedidos da Bolívia - que se sentida prejudicada pelo veto, já que a capital La Paz está a quase 3.600 metros de altitude. ''Vamos permitir que se jogue em La Paz de forma provisória, mas reabriremos o debate para continuar analisando a situação'', declarou Blatter. As conseqüências do anúncio da Fifa foram imediatas. O presidente boliviano, Evo Morales, anunciou ontem mesmo a suspensão de todos os processos judiciais movidos contra a Fifa. ''É uma enorme satisfação'', declarou o mandatário. Morales também fez questão de agradecer o apoio dos demais países da América do Sul, que apoiaram a luta da Bolívia. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi a única a apoiar o veto inicial da Fifa. Também ontem, a entidade máxima do futebol anunciou a Colômbia como sede do próximo Mundial sub-20, a ser realizado em 2011. A Venezuela, que organizou a Copa América do ano passado e tem vários estádios novos, era a principal concorrente da Colômbia na luta para ser sede da competição. MENOS ESTRANGEIROS O presidente da Fifa também reforçou sua intenção de limitar o número de estrangeiros nos clubes de futebol. Blatter garantiu que a Fifa deve explorar todas as alternativas possíveis para decretar a regra. A proposta de Blatter - chamada ''6+5'', pois limita a cinco o número de estrangeiros em cada time - despertou uma batalha ideológica no futebol. O Arsenal é o maior exemplo do que a Fifa quer combater. O clube londrino freqüentemente entra em campo sem nenhum jogador inglês. O Chelsea, que recentemente perdeu a decisão da Copa dos Campeões para o Manchester United, escalou na final sete jogadores nascidos fora da Inglaterra. Os adversários ao projeto reclamam que a regra infringiria as leis trabalhistas da União Européia, que prevêem livre movimentação de trabalhadores entre os países do bloco. Mas Blatter argumenta que as cotas para estrangeiros são necessárias para garantir o desenvolvimento do esporte e impedir que os clubes ricos dominem os títulos. ''Quero proteger as seleções nacionais e impedir que as ligas tenham um pequeno número de clubes com chances de conquistar o título.'' Por causa da forte oposição, o projeto ainda será discutido pelo Comitê Executivo.

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