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Fim da era Bernardinho

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Por Redação
Atualização:

O ciclo de Bernardinho no comando da seleção masculina de vôlei chegou ao fim. A decisão contra os Estados Unidos pelo ouro olímpico deve encerrar sua participação de oito anos à frente da equipe que mais ganhou títulos na história da modalidade. A ?família Bernardinho? se separa na China mas, segundo o próprio treinador, ela jamais deixará de existir. Desde que chegou a Pequim, o técnico tem repetido a expressão ?fim de ciclo? para se referir à última participação de alguns de seus jogadores na seleção, como Anderson, Gustavo e o próprio Giba - que ainda não se decidiu pela aposentadoria. Ontem, ele se incluiu nesse time. Foi e voltou no assunto algumas vezes. Pegou no pé dos críticos e disse que o vôlei virou tema de botequim no Brasil: todo mundo quer dar a sua opinião. "Estou cansado. Ainda não sei o que farei depois dos Jogos", disse. Bernardinho diz que, no momento, não há possibilidade de treinar fora do Brasil - nem de se transformar em dirigente esportivo. "Só sei que não vou ficar longe das quadras." O ouro olímpico o faria sair de cena em grande estilo, após o longo período de muitas conquistas. Como em Atenas-2004, quando a ?família do vôlei? subiu ao degrau mais alto do pódio. Mesmo assim, Bernardinho admitiu que não teria como recusar um apelo para ficar, caso os atletas lhe pedissem. Mas não acredita nessa possibilidade. De acordo com o técnico, todos no elenco sabem de sua dedicação à seleção ao longo dos anos e não o colocariam contra a parede para mais uma temporada desgastante. Sobretudo se o ouro não vier em Pequim. Bernardinho está certo de que não suportaria recomeçar um novo ciclo olímpico até os Jogos de Londres, em 2012. "Mais quatro anos para mim na seleção é esforço fisicamente impossível", explicou. Sua vontade é tirar pelo menos seis meses de férias para estudar em alguma universidade. Pelo menos por enquanto o plano será adiado: Bernardinho ainda tem contrato com o Rexona/Ades . "É muito difícil sair de tudo isso de uma hora para outra", observou. "Há muitas pessoas envolvidas nos projetos e que dependem de mim." Os planos incluem a elaboração de um catálogo sobre esportes. Mas para depois da Olimpíada. No momento, a preocupação é que o time faça uma apresentação perfeita contra os Estados Unidos. "Precisamos jogar o que não jogamos ainda na China", admitiu. "Essa decisão está totalmente aberta. Quem errar menos, leva."

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