Fim de linha para as mais antigas e o treinador

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Por Redação
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Pequim foi o fim de linha na seleção brasileira para algumas jogadoras e para o técnico Jorge Barcellos. Segundo o Estado apurou, ele já assinou pré-contrato para trabalhar no futebol americano. Além disso, Tânia Maranhão, Andréia, Formiga e Pretinha anunciarão a aposentadoria provavelmente na chegada ao Brasil, o que deve ocorrer amanhã. Por isso queriam tanto terminar o ciclo com o ouro. Com duas jogadoras entre as três melhores do mundo, Marta (1ª) e Cristiane (3ª), o Brasil não tem se dado bem nas decisões. Perdeu duas finais olímpicas, Atenas e Pequim, para os Estados Unidos, ambas na prorrogação, e um Mundial, no ano passado, para a Alemanha. "De Atlanta para cá, a seleção brasileira evoluiu muito. Não ganhamos nada, mas sempre estivemos nas finais. Saio de camisa erguida, mesmo sem mais essa conquista. Queria muito fechar com a medalha de ouro, mas não conseguimos. Mesmo assim, saio feliz e certa de que deixamos um caminho para as que estão chegando", comentou Tânia Maranhão. O problema do futebol feminino do Brasil é a falta de renovação. O técnico chegou a comentar isso ao se referir do time dos Estados Unidos. "Eles lá têm trabalho de base, têm clubes na liga. É mais fácil aparecerem jogadoras. Para ter qualquer esporte competitivo, um país precisa investir nas bases. Isso nos falta no Brasil." A goleira Bárbara volta para casa no Recife desempregada. "No Brasil não tem como sobreviver com o futebol. Não há clubes. Só tem a seleção. Temos de conseguir um contrato fora. E todas nós precisamos de trabalho para cuidar de nossas famílias", disse. O próprio Barcellos não sabe o que irá acontecer com a seleção. Tinha esperança de que o ouro pudesse alavancar a modalidade no Brasil até os próximos Jogos, em Londres. Tem dúvidas agora de que tudo isso morra. Antes de anunciar sua saída da seleção, ele quer conversar com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. "O Brasil não valoriza o futebol feminino", queixou-se uma pessoa próxima ao treinador. A exemplo de Renê Simões após os Jogos de Atlanta, quatro anos atrás, Barcellos não continuará no comando do time. ROBSON MORELLI, DE PEQUIM, e BRUNO LOUSADA, DO RIO

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