Fortuna árabe promete fazer do Manchester City uma potência

Grupo ligado à família real dos Emirados Árabes investiu cerca de R$ 600 milhões na compra do clube inglês

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Por The Guardian e Londres
Atualização:

A compra do Manchester City pelo Abu Dhabi United Group, ligado à família real dos Emirados Árabes, é apenas o começo da maior injeção de dinheiro no futebol desde que o russo Roman Abramovich investiu 740 milhões no Chelsea - em ações do time e na transferência de jogadores. Com o negócio, o City passa a ser um dos clubes mais ricos do mundo - mais que o próprio Chelsea e o Real Madrid. A aquisição custou cerca de 259 milhões (cerca de R$ 600 milhões) e liquida todas as dívidas do time. Parte do novo vigor financeiro do City foi exibida na segunda-feira, ao ser encerrada a janela de transferências na Europa. Quase 123,3 milhões (R$ 296 milhões) foram desembolsados na aquisição de novos jogadores, incluindo o brasileiro Robinho, do Real Madrid, por um valor recorde para os padrões britânicos - 40 milhões (R$ 96 milhões). A negociação chegou a surpreender até mesmo o empresário de Robinho, Wagner Ribeiro. Afinal, Abramovich, o magnata dono do Chelsea, havia oferecido 35 milhões pelo jogador num negócio dado como certo. ?DINHEIRO NÃO É PROBLEMA? O grupo que comprou o City é presidido por Sulaiman al-Fahim, uma espécie de Donald Trump de Abu Dhabi (o maior dos sete Emirados). Dono de uma incorporadora e presença constante entre artistas de Hollywood, o empresário de 31 anos está em 16º lugar na lista dos 100 árabes mais poderosos da revista Arabian Business, com uma fortuna pessoal que seria dez vezes maior que a de Abramovich. Fahim frisou que o dinheiro investido não é seu, mas de membros da família real dos Emirados, cuja fortuna é ainda maior. Segundo ele, os novos donos querem estabelecer o City entre os clubes de elite do mundo. "Nosso objetivo é muito simples: fazer do Manchester City o maior clube da Primeira Divisão", afirmou o empresário. Há mistério sobre quais membros da família real estriam envolvidos no negócio - e também sobre seu passado e ligações. Aparentemente, os novos donos não têm a mesma bagagem do antecessor, o ex-primeiro ministro da Tailândia Thaksin Shinawatra. Ele assumiu o poder em seu país com um golpe de estado e fugiu de lá no mês passado para livrar-se de acusações por corrupção. O negócio com Thaksin foi fechado no domingo à noite e estava sendo mantido em segredo, embora o presidente do City, Garry Cook, já houvesse antecipado que ele vinha negociando com "amigos muito ricos". Segundo Fahim, o grupo árabe foi contatado três semanas atrás por um amigo em comum com Thaksin e chegou a considerar investimentos em outros três clubes da Primeira Divisão britânica - Newcastle United, Liverpool e Arsenal. "O único time e oferta que interessaram foi o Manchester City", afirmou Fahim, que tem uma versão árabe do reality show "O aprendiz" cujo prêmio vale nada menos que 678 mil (cerca de R$ 1,6 bi). "Podemos ser tão grandes quanto o Manchester United? Sim. Podemos vencer na Primeira Divisão? Sim. Podemos vencer a Liga dos Campeões? Sim. Pode levar dez anos ou mesmo mais. Mas nós vamos", apostava no domingo o presidente do City. "Não temos muito tempo. O dinheiro não é uma preocupação para nosso grupo", completou Fahim.

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