França bate Honduras em partida marcada pelo uso da tecnologia

Equipe dominou a seleção hondurenha e fez 3 a 0 no Beira-Rio; no segundo gol, bola ultrapassou a linha da meta por centímetros

PUBLICIDADE

Por Marco Justo Losso
Atualização:

Em sua estreia na Copa do Mundo do Brasil, a França venceu bem Honduras por 3 a 0, com a ajuda da tecnologia, e fechou a primeira rodada do Grupo E na liderança pelo saldo de gols, já que a Suíça bateu o Equador por 2 a 1 no primeiro duelo da chave. O confronto entrou para a história por ser o primeiro jogo de Copa a utilizar a tecnologia do chip na bola, que confirmou o segundo gol da partida quando a bola ultrapassou alguns centímetros a linha do gol hondurenho. Além disso, o duelo foi muito movimentado, com lances ríspidos e violentos, principalmente por parte dos hondurenhos.

PUBLICIDADE

O confronto também começou com uma marca negativa. Os jogadores se perfilaram para ouvir os hinos de ambos os países mas não ouviram nada. O sistema de som não funcionou e eles não foram executados. Como ninguém ouvia nada, os jogadores saíram de sua formação e se cumprimentaram uns aos outros. O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci teve de aguardar pelo horário correto para iniciar a partida, que já começou sem o protocolo oficial da Fifa. 

O JOGO A França começou com a responsabilidade de apagar a péssima imagem deixada na Copa de 2010, quando a equipe criou um motim contra o técnico Raymond Domenech e foi eliminada na primeira fase. A equipe de Didier Deschamps foi surpreendida pela ousadia de Honduras, que foi bem incisiva nos primeiros momentos da partida, sem contudo colocar em risco a meta de Lloris. 

Após o susto inicial com a postura de Honduras, a França pôs a bola no chão e começou a dominar as ações no duelo, criando oportunidades na grande área com o estreante Griezmann e em cruzamento de Valbuena.

A pressão aumentava e aos 14, Matuidi pegou a sobra em outro cruzamento de Valbuena e mandou forte. A bola tinha endereço certo, mas Valadares tocou de leve e a bola explodiu no travessão. Aos 22, em mais uma jogada rápida da França, Griezmann carimbou novamente o travessão de Valadares.

O time francês mostrava uma supremacia clara na partida. Aos 24, em outra esticada para Valbuena, o meia do Olympique de Marselha cruzou para a cabeçada de Benzema, que passou por cima da trave. A esta altura, Lloris era um mero espectador do confronto.

Publicidade

Com o duelo quente e Honduras sofrendo grande pressão, não demorou para os ânimos acirrados criarem uma confusão. Em jogada disputada no chão, Pogba recebeu pisão de Palacios e revidou. O juiz brasileiro advertiu os dois com cartão amarelo, o que ficou barato para ambos dada a gravidade das agressões.

A pressão francesa diminuiu, mas os hondurenhos não conseguiam chegar ao gol de Lloris. Aos 36, em outra boa jogada pela esquerda, a França voltou a assustar. Matuidi cruzou e Figueroa desviou para escanteio, em mais um lance de perigo.

Aos 44, em jogada infantil, Wilson Palacios, que já tinha cartão amarelo, derrubou Pogba em bola levantada na área. O árbitro brasileiro marcou pênalti e expulsou Palacios, que recebeu o segundo amarelo. Na cobrança, Benzema abriu o marcador para os franceses.

No último lance do primeiro tempo, já nos acréscimos, Valbuena bateu falta fechada para excelente defesa de Valadares, que impediu o segundo gol francês.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Aos dois minutos do segundo tempo, no primeiro lance da tecnologia que utiliza o chip na bola, o árbitro confirmou o gol de Benzema após a bola bater na trave, rebater no goleiro Valadares e entrar por centímetros. A nova tecnologia marcou seu primeiro gol na Copa, evitando erros como o cometido contra a Inglaterra, em 2010, quando o chute de Lampard contra Neuer, da Alemanha, entrou e o uruguaio Jorge Larrionda não confirmou o gol. A partir deste lance, a Fifa começou a considerar o uso da tecnologia do chip na bola. O lance de Benzema comprovou o acerto da entidade.

A França continuava seu massacre e, aos 9 minutos, Benzema quase marcou de novo ao receber de Griezmann na área e chutar forte. Valladares conseguiu defender. Aos 19, em linda jogada que percorreu todo o ataque francês, Evra cruzou rasteiro para conlusão de Matuidi, que passou rente à trave, levando muitos no Beira-Rio a gritarem gol.

Publicidade

Honduras tentava conter o ímpeto francês mas só conseguiu, em bobeada de Sakho, uma oportunidade isolada com Garcia, que chutou fraco para a defesa tranquila de Lloris.

Com muito mais volume de jogo e com um jogador a mais, a França chegaria logo ao seu terceiro gol. Aos 26, Benzema, inspirado e com sorte, deu números finais ao duelo quando pegou a sobra de escanteio e fuzilou no gol de Valadares, sem chance para o goleiro. Benzema é o primeiro francês a marcar dois gols em uma Copa do Mundo depois de Zidane, que marcou duas vezes na final da Copa de 1998, quando os franceses venceram o Brasil por 3 a 0.

A França encara agora a Suíça com chances de garantir sua classificação na sexta, a partir das 16 horas, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Já Honduras enfrenta o Equador, no duelo latino-americano que define a sobrevivência de um dos dois times no Mundial. O jogo acontece na Arena da Baixada, em Curitiba, também na sexta, às 19 horas.

FICHA TÉCNICA

FRANÇA 3 x 0 HONDURAS

FRANÇA - Lloris; Debuchy, Varane, Sakho e Evra; Cabaye (Mavuba), Matuidi, Pogba (Sissoko) e Valbuena (Giroud); Benzema e Griezmann. Técnico: Didier Deschamps.

HONDURAS - Valladares; Beckeles, Figueroa, Bernárdez e Izaguirre; Wilson Palacios, Espinoza, Garrido e Najar (Claros); Bengston (Garcia) e Costly. Técnico: Luis Fernando Suárez.

Publicidade

GOLS - Benzema, aos 44 minutos do primeiro tempo; Valadares (contra), aos 2, e Benzema, aos 26 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Evra, Pogba e Cabaye (França); Garcia e Garrido (Honduras).

CARTÃO VERMELHO - Wilson Palacios (Honduras).

ÁRBITRO - Sandro Meira Ricci (Fifa/Brasil).

RENDA - Não disponíveis.

PÚBLICO - 43.012

LOCAL - Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS).

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.