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Frio e chuva atrapalham iatismo e a festa brasileira

Por MARIO ANDRADA E SILVA
Atualização:

O tempo foi cruel com o iatismo brasileiro nos Jogos Pan-Americanos. Quando era hora de começar as regatas, o vento não vinha. Quando era tempo de comemorar medalhas, a chuva caía. De constante só mesmo o frio e o astral nublado. Antes mesmo das regatas decisivas começarem, os brasileiros tinham três ouros garantidos, na prancha à vela (RS:X), J24 e Snipe. Depois de muito esperar, boiando na Baía de Guanabara, os brasileiros confirmaram a liderança nas três classes vencendo as regatas decisivas. "É mais bonito ganhar assim", disse Maurício Santa Cruz depois de uma batalha em que o barco brasileiro da classe J24 ganhou da tripulação argentina no "olho mecânico", ou no bico do casco, como definiu Alexandre Saldanha, um dos tripulantes. O barco brasileiro da J24 trouxe a tripulação mais aliviada de todas até a cerimônia de medalhas, já que um dos tripulantes, Carlos Jordão, com enormes dores nas costas, tinha que velejar usando colarinho ortopédico além de ser carregado para dentro do barco. "Hoje foi o único dia que eu não pensei na dor", disse ele após a regata, com o colar ortopédico na mão. Alexandre Paradeda, ouro na Snipe, estava revoltado com a desclassificação da equipe brasileira de Hobie Cat. Depois de festejar rapidamente o ouro do Pan com respostas rápidas na zona mista, local onde atletas conversam com jornalistas, já estava falando de seus planos para o próximo Mundial. Parecia aqueles marinheiros que após passar dez minutos em terra firme já sentem saudade do mar. No feminino, o destaque brasileiro foi Patrícia Castro, medalha de prata da prancha à vela. "Larguei com muita velocidade e alcancei a liderança, mantendo uma posição até o final", disse Patrícia sobre a regata decisiva. O iatismo honrou a tradição papa-medalhas com três ouros, duas pratas e dois bronzes mas não conseguiu fazer do Pan a festa que todos esperavam. O tempo ruim atrapalhou. Mesmo nas regatas decisivas o público não passou de algumas centenas de abnegados. O plano de fazer as regatas de medalha, Medal Races, perto da praia para atrair a atenção do público teria funcionado com uma flotilha maior se o sol e o vento tivessem comparecido. Nenhum dos dois veio e o Pan da vela acabou sendo um evento para gente que já ama o esporte.

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