Futuro de Daniele Hypólito é incerto

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Por Agencia Estado
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Daniele Hypólito ensaiou nesta quinta-feira seu adeus à seleção brasileira permanente de ginástica artística e foi taxativa ao afirmar, inclusive, que poderá nunca mais representar o País. Após se desentender com o técnico da equipe, Oleg Ostapenko, ela abandonou a delegação que está em São Paulo para a disputa da etapa brasileira da Copa do Mundo e desembarcou à tarde no Rio. "Não sei se desejo continuar ainda na seleção. O que quero é continuar fazendo ginástica", disse Daniele. A briga da ginasta com o treinador ocorreu na manhã desta quinta-feira, quando ele a escalou apenas para uma prova, a trave, na etapa brasileira da Copa do Mundo. "Se não fizerem mais eliminatórias, com certeza sairei definitivamente da seleção", garantiu Daniele. Para integrar a seleção permanente, todo atleta passa por uma série de avaliações no início do ano. Para aqueles que ficam fora do time, a possibilidade de representar o Brasil em competições internacionais ocorre quando a Confederação Brasileira de Ginástica (CBGin) realiza eliminatórias para determinadas disputas. Caso a entidade desista desse sistema, Daniele não terá mais como voltar à seleção. Daniele ainda frisou que a permanência dela na seleção permanente dependerá principalmente da decisão dos dirigentes da CBGin. A atleta tem ciência de que abandonar a equipe em São Paulo, já que seria inscrita para participar da disputa nos exercícios de trave, foi um ato de rebeldia. Mas, sem entrar em detalhes, justificou o abandono lembrando que vários episódios contribuíram para sua atitude. Revolta materna - Sem conter as lágrimas, a mãe de Daniele, Geni, saiu em defesa da filha. Foi incisiva ao revelar que o técnico da seleção não gosta da atleta e ainda destacou que, há muito tempo, a ginasta vem sofrendo em Curitiba, sede da CBGin. "A Dani vem sendo desrespeitada há muito tempo e de todas as maneiras. Isso é o Brasil e alguns poderosos fazem isso", desabafou Geni, que tentou se controlar, lembrando que o outro filho, Diego, permaneceu na seleção para competir em São Paulo. Tanto ela quanto Daniele pretendem ir ao Ginásio do Ibirapuera torcer por ele. "Ela não pode falar, mas eu posso: o Oleg não gosta da Dani", revelou o mãe da ginasta. Histórico - Desde 4 de novembro de 2001, quando conquistou a inédita medalha de prata nos exercícios de solo, no Mundial de Ghent, na Bélgica, Daniele despontou como uma das principais ginastas do País. Depois, sua carreira alternou bons e maus momentos, o que contribuiu para fases de ostracismo. Dentre os episódios que foram prejudicando seu desempenho estão o fim da parceria de 15 anos com a técnica Georgette Vidor, as brigas com a CBGin para permanecer no Flamengo - depois acabou cedendo e foi treinar em Curitiba - e os problemas para controlar seu peso.

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