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Futuro do chefe da CBF é mistério

Isolado, Ricardo Teixeira deve anunciar até o carnaval se renuncia ou permanece na presidência da entidade

Por LUIZ ANTÔNIO PRÓSPERI
Atualização:

Ricardo Teixeira não quis desmentir, até ontem à noite, nenhum dos boatos dos últimos dias sobre a sua eventual saída da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Teixeira, segundo fontes próximas ao dirigente, deve anunciar a sua decisão no carnaval. Ontem, após várias reuniões, o presidente da CBF decidiu indicar mais dois nomes para o conselho do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014: o ex-atacante Bebeto, tetracampeão do mundo em 94, e seu vice na CBF, José Maria Marin.Nos bastidores da CBF a especulação é de que o presidente vai licenciar-se do cargo por pelo menos dois meses, enquanto prepara terreno para a sua sucessão. Não estão descartadas também a renúncia ou até mesmo a sua permanência no trono.Teixeira não revela, nem mesmo a interlocutores mais próximos, qual vai ser a sua decisão. Eles dizem que o dirigente "está silencioso". Ontem, ele passou boa parte do dia em sua casa no Rio, com alguns assessores.O afastamento iminente do comando da CBF, sempre segundo fontes próximas ao presidente, não está ligado à série de denúncias por parte da Fifa contra Teixeira. Nem mesmo por questões políticas ou judiciais. Até ontem, não havia nenhum processo em andamento contra o presidente da CBF e nenhuma condenação judicial no País.Seja qual for a decisão, Ricardo Teixeira vai levar em conta o bem-estar de sua família. A sua mulher e a filha de 9 anos já estão morando em Miami há pelo menos 15 dias. Este também seria o destino do dirigente, que está no comando da CBF desde 1989.A gota d'água para Teixeira mandar a família para Miami foi o constrangimento que a filha passou na escola, no Rio de Janeiro, ao ouvir acusações de corrupção contra o seu pai.Pressão política. Nos últimos meses, a Polícia Federal tem acompanhado os passos do presidente, sempre segundo fontes próximas a Teixeira. As relações com o governo federal também não são boas. A presidente Dilma Rousseff não gostaria que Teixeira permanecesse na presidência do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014. A saída do COL não seria tão simples assim. Teixeira é um dos sócios do comitê e teria de desmanchar a sociedade para que fosse constituída uma nova empresa sem a sua participação. Apesar dessas implicações jurídicas, o governo federal faz forte pressão pela saída de Teixeira do COL e se manifesta satisfeito com a presença de Ronaldo Fenômeno no comitê. Até gostaria que ele ganhasse mais poder.A nomeação de Bebeto e Marin será anunciada hoje pela CBF. Os dois novos integrantes do COL vão dividir tarefas com Ronaldo. Um dos objetivos de Teixeira, segundo pessoas ligadas ao órgão, seria acomodar Marin e afastá-lo da disputa pela sucessão no comando da CBF.Do lado da Fifa, a eventual queda do presidente da CBF é tratada com muita euforia, em especial por Joseph Blatter, presidente da entidade (leia mais abaixo). Blatter tem travado uma batalha acirrada contra o dirigente brasileiro, que tinha a pretensão de dirigir a Fifa a partir de 2015 na sucessão de Blatter.Com os boatos da saída de Ricardo Teixeira da CBF, os bastidores nas principais federações estaduais entraram em ebulição.A Federação Paulista de Futebol (FPF) evita entrar no assunto. Entre os dirigentes dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro o caso é tratado com muita cautela. / COLABORARAM WAGNER VILARON E ALMIR LEITE

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