
13 de abril de 2011 | 00h00
SANTOS - Paulo Henrique Ganso está no centro de um furacão. Todos os dias surgem novidades que tumultuam seu dia a dia. A última diz respeito ao suposto pré-acordo fechado com o Corinthians, sexta-feira, durante encontro na empresa de marketing esportivo 9ine, dirigida por Ronaldo, com a participação do presidente corintiano, Andrés Sanchez, e de executivos da DIS, dona de 45% dos direitos econômicos do jogador.
A reunião, com todos os citados, foi confirmada pelo irmão de Ganso, Júlio de Chagas Lima, o Papito, mas a transferência do meia para o Corinthians, após a participação do Santos na Copa Libertadores, é desmentida pelo staff do camisa 10, pelos dirigentes do Santos e também no Parque São Jorge. "Acredito na palavra do Andrés e sei que ele não se prestaria a esse tipo de papel", afirmou o presidente santista, Luis Alvaro Ribeiro, nesta terça-feira à tarde. Há duas semanas, ele se reuniu com os presidentes dos demais grandes de São Paulo e obteve a promessa de que nenhum deles aceitaria Ganso se a DIS depositasse os cerca de R$ 60 milhões da multa para clubes brasileiros e precisasse de um deles para ficar com o jogador por um curto período antes de negociá-lo com um dos gigantes europeus.
Ganso optou pelo silêncio. Nesta terça cedo, na saída da delegação santista do Hotel Recanto dos Alvinegros em direção ao Aeroporto Internacional, em Guarulhos, onde embarcou para Assunção, Ganso foi o último a entrar no ônibus, às 9h40, com 40 minutos de atraso. E nos 15 metros entre o portão do Complexo Modesto Roma, onde ficam o CT Rei Pelé e o hotel, ele foi arrastado por um segurança. Parecia assustado e não abriu a boca.
Rusga política. Ribeiro identificou o ex-diretor de futebol, Adilson Durante Filho, como autor do boato da transferência de Ganso para o Corinthians. Na quarta-feira passada, horas antes do jogo contra o Colo Colo pela Libertadores, na Vila Belmiro, o consultor de futebol, Fernando Silva, apareceu na concentração com um contrato pronto nas mãos para que Ganso assinasse. Ele se recusou a ler o documento e o episódio piorou ainda mais a sua relação com o clube. O jogador até brigou com Papito e com sua irmã, que estavam no hotel, orientados por dirigentes para tentar convencê-lo a aceitar o acordo.
Para lembrar. Robinho forçou a saída em 2004 e desgastou imagem
Na sexta-feira, Robinho deu entrevista em Milão na qual aconselhou Paulo Henrique Ganso a não forçar sua saída do Santos. O atacante viveu situação idêntica à do meia em 2004, e fez de tudo para ser negociado com o Real Madrid, arranhando sua imagem com os dirigentes e com os torcedores do Santos. Agora, mesmo com a possibilidade de ser companheiro de Ganso no Milan, Robinho pede ao camisa 10 que acerte sua saída, caso ela aconteça, de forma amigável, deixando portas abertas para um possível retorno.
Na reta final do Brasileiro de 2004, ciente da proposta do Real Madrid, e usando o sequestro de sua mãe como motivo para sair, Robinho iniciou pressão sobre a diretoria para ser negociado já no fim do ano. O Santos bateu o pé, brigou para ter o jogador na Copa Libertadores e, após seis meses de briga, só o liberou em julho de 2005, após os espanhóis depositarem o valor da multa rescisória de US$ 30 milhões na época.
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