PUBLICIDADE

Publicidade

Garotos vão mal na primeira ''''decisão''''

Seleção olímpica apanha de 3 a 0 dos craques do Brasileiro, no Rio

Por Leonardo Maia
Atualização:

Para um público de envergonhar, a seleção olímpica não começou bem sua caminhada rumo aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Nervoso e travado, o time formado por garotos com menos de 23 anos perdeu por 3 a 0 para a seleção dos melhores do Campeonato Brasileiro, ontem, no Engenhão. Ao contrário do que seria esperado, era o time olímpico que parecia disperso e desinteressado. A equipe do campeonato jogou bem, principalmente os flamenguistas Íbson e Leonardo Moura. Parecendo nervosos, os garotos não conseguiam manter a posse de bola e apenas viam os adversários trocarem passes, avançando para o gol quase com constrangimento. Diego Souza esteve completamente sumido, jogando muito recuado, assim como o lateral-direito Nei, preso à marcação de Juan. Alexandre Pato, por sua vez, até começou bem, caindo pela direita. Mas logo depois desapareceu ao mudar para o lado esquerdo, sendo anulado por Thiago Silva e Hernanes. Seu companheiro de ataque, Diogo, da Portuguesa, pelo menos arriscou um ou outro drible, mas não conseguiu superar a categoria de Miranda. Na ausência do técnico Dunga, que via o jogo das tribunas, o auxiliar Jorginho tentou corrigir a equipe. O pequeno número de torcedores e o sol forte ajudaram a esfriar o ritmo da partida. A falta de sensibilidade e inteligência da CBF também contribuiu. Com ingresso a R$ 30,00 e um dia lindo no Rio, poucos se dispuseram a enfrentar o calor de Engenho de Dentro para ver confronto sem muitos atrativos. Uma promoção provavelmente teria atraído mais público para o amistoso. Os craques do Brasileiro criaram seguidas chances, mas pareciam envergonhados de marcar contra a seleção sub-23. Acosta teve duas oportunidades claras, mas chutou com displicência. Aos 40 minutos, porém, Josiel fez boa jogada e chutou forte; Renan rebateu e o atacante uruguaio do Náutico não teve como aliviar. O resultado de 1 a 0 representou bem a etapa inicial. No segundo tempo, o panorama continuou o mesmo, apesar das muitas substituições. Pelo lado esquerdo, Leonardo e Ramires penavam com as rápidas tabelas entre Leandro Amaral e Leonardo Moura. Logo aos 2 minutos, o atacante vascaíno caiu pelo setor e cruzou para Íbson ampliar. Os craques do Brasileiro perderam a inibição e fizeram o terceiro aos 17, em cabeçada de Leandro Amaral, após nova jogada de Leonardo Moura que, sozinho, fez o cruzamento. A partir daí, Dunga mudou todo o time e a partida ficou modorrenta. Se o treinador queria um adversário difícil para o primeiro compromisso preparatório para a luta pelo inédito ouro olímpico, assim o teve. Mas, se pretendia dar confiança à garotada, armando um jogo contra equipe já de férias e sem treinar, termina o ano com um gosto amargo na boca.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.