PUBLICIDADE

Publicidade

Gatlin diz que só quer correr e sonha com Pequim

Por GENE CHERRY
Atualização:

O campeão olímpico dos 100 metros rasos Justin Gatlin, suspenso do esporte por doping, ainda tem um sonho. "Sou apenas como um menino. Tudo o que quero fazer é correr", disse à Reuters o velocista de 25 anos, em entrevista por telefone de sua casa em Pensacola, na Flórida. O norte-americano se recusa a desistir do sonho de disputar os Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto, apesar de reconhecer que sua chance de buscar o ouro olímpico pode ter ido por água abaixo com a suspensão de quatro anos por doping. Um painel da Associação Arbitral Americana (AAA) impôs a Gatlin uma suspensão até maio de 2006 por um exame antidoping positivo para a substância proibida testosterona em 2006. O caso foi o segundo de doping do velocista. Gatlin e seu advogado, Maurice Suh, recorreram da suspensão à Corte Arbitral do Esporte (CAS) e aguardam o cancelamento do primeiro caso positivo, de 2001. Naquele caso, o medalhista de ouro em Atenas-2004 teve um exame positivo para uma anfetamina contida em um medicamento que ele tomou durante dez anos para déficit de atenção. Se o recurso for aceito, Gatlin receberia uma suspensão de dois anos pelo doping de 2006 e estaria liberado para competir a partir de maio, um mês antes das seletivas norte-americanas para os Jogos da China. "Ouvir as palavras 'eu posso correr' poderia despertar a fera", disse Gatlin em entrevista na quarta-feira. "Acho que eu estaria melhor do que nunca, porque eu teria uma missão. Eu teria um propósito", acrescentou. "Não tenho dúvida que eu poderia estar na equipe (olímpica dos EUA). Espero ter essa oportunidade." Gatlin treina diariamente, tanto na pista como na academia, para manter a forma de velocista, mas a vida está muito diferente agora para o campeão mundial de 2005 dos 100m e 200m. "Algumas noites eu choro sozinho para dormir. Há noites em que eu não consigo dormir", disse ele. "Alguns dias eu penso que tudo é um sonho ruim, eu só quero acordar disso."

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.