O goleiro da seleção brasileira de polo aquático, Thye Bezerra Matos, de 27 anos, é investigado pela polícia de Toronto por abuso sexual, informou a insperatora-chefe de crimes sexuais, Joanna Beaven-Desjardins, na tarde desta sexta-feira, em entrevista oficial em Toronto. O jogador brasileiro que disputou os Jogos de Pan-Americano teria assediado uma garota canadense de 22 anos no dia 16 de julho, quanto a delegação do polo estava na cidade. O nome da vítima não foi revelado. A polícia disse ter 100% de certeza de que foi Thye. E até divulgou sua foto no site oficial da corporação. A vítima fez uma denúncia à polícia, que não informou maiores detalhes sobre o caso, a pedido da família. De acordo com a inspetora-chefe Joanna Beaven-Desjardins, Thye entrou na casa da garota sem ser convidado e foi até o seu quarto. Ele estava acompanhado de um amigo. Nenhum deles usava uniforme da delegação brasileira. "A vítima foi dormir, o senhor Bezerra entrou no quarto dela e a abusou sexualmente. Ele e o amigo deixaram a residência. O senhor Bezerra estava no Canadá no período entre 3 de julho a 16 de julho, na região central, competiu em Markham pelo time brasileiro de polo aquático. Se alguém tiver qualquer informação sobre o suspeito, por favor, entre em contato com a polícia de Toronto", disse a policial.
O abuso, de acordo com polícia, aconteceu na manhã do dia 16 na casa da garota. A Polícia de Toronto trata o caso como sex assault (no Canadá, a legislação não diferencia estupro de abuso sexual). A pena máxima, de acordo com a legislação canadense, é de até 15 anos de detenção. "É algo que vamos tratar como qualquer outra acusação de abuso sexual. Não há registro de nenhum outro caso nos Jogos", explicou a inspetora-chefe. A polícia de Toronto leva o caso a sério. Espalhou fotos do goleiro pela cidade. "Podem ter outras vítimas, ele passou duas semanas em Toronto. Por isso, a foto dele foi divulgada publicamente e, se alguém cruzou ou teve algum tipo de experiência com ele ou tem mais informações, entre em contato."Thye já deixou o Canadá depois da participação do Brasil na competição. Ele está na Rússia com a delegação de polo para o Mundial de Esportes Aquático de Kazan. Poderá ser extraditado para o Canadá. A Justiça canadense trabalha para que Thye retorne a Toronto e responda a acusação imediatamente. "Daremos procedimento ao processo, temos os melhores investigadores da América do Norte envolvidos no caso, coletamos todas as evidências exigidas e ao mesmo tempo trabalhamos para trazê-lo de volta para enfrentar as acusações. O melhor dos cenários é ele voltar a Toronto e encarar as acusações."O Comitê Olímpico do Brasil (COB) ainda não havia sido informado pela polícia canadense até a hora da entrevista da inspetora-chefe. "Não temos nenhuma informação até agora, então estamos aguardando que isso aconteça para nos manifestar", afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Há muita preocupação com a imagem do Brasil nesse episódio porque o País é anfitrião da Olimpíada de 2016. O COB deverá ouvir o atleta assim que receber a intimação oficial para sua apresentação à Polícia. Depois de notificado, o COB tomou providências. "Depois que soubemos do caso, fizemos três ações: contatamos um advogado daqui de Toronto para preparar para qualquer necessidade, contatamos o consulado brasileiro e falamos com o Ricardo de Moura, chefe da delegação lá em Kazan, mas eles ainda não tinham qualquer informação". disse Marcus Vinícius Freire, superintendente do Comitê Olímpico do Brasil (COB).