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Goleiros deixam o clássico no 0 a 0

Marcos e Denis, com excelentes atuações, puseram fim às chances de gols de São Paulo e Palmeiras ontem

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Por Giuliander Carpes
Atualização:

O clássico de ontem, no Palestra Itália, serviria para dar moral ao vencedor e prejudicar ainda mais a confiança do perdedor na disputa das quartas de final da Taça Libertadores - os palmeirenses enfrentam o Nacional, quinta-feira, e os são-paulinos, o Cruzeiro, quarta-feira. Pois nenhum dos times levará motivação extra para os confrontos da competição continental. Os goleiros acabaram por se notabilizar mais que os atacantes e o pouco público que foi ao estádio teve de se contentar mesmo com um jogo equilibrado, com algumas oportunidades, mas que terminou empatado em 0 a 0. Os únicos a somar confiança em suas atuações foram Marcos e Denis. Se mantiverem o padrão, Palmeiras e São Paulo podem ficar tranquilos: tomar gols nos jogos seguintes será tarefa difícil para os adversários. "Apesar de não ter sido um bom resultado em casa, a gente sai satisfeito pela atuação dos dois goleiros", disse o paredão palmeirense, Marcos, que assina contrato hoje até 2011 e, aos 46 minutos, pegou uma bola decisiva chutada por Washington. "Tenho sorte de jogar umas boas partidas quando o contrato está prestes a acabar. Se eu conseguir pegar bem até lá vai ser ótimo", brincou o pentacampeão, que ainda firmará com o Palmeiras um acordo para permanecer no clube por mais três anos depois do fim de seu contrato como jogador. Ficará na comissão técnica. O Palmeiras entrou em campo com uma equipe quase titular. Wendel, mesmo suspenso na Libertadores, permaneceu na lateral-direita. Na quinta-feira, porém, quem ocupará a posição será Fabinho Capixaba. No meio de campo, Mozart ganhou oportunidade e Pierre foi poupado. Os atacantes Lenny e Ortigoza, que podem iniciar o jogo contra o Nacional, também ficaram no banco de reservas. Diego Souza devia funcionar como atacante, mas deixou Keirrison isolado à frente. Já o São Paulo fez o que pôde sem os goleiros Rogério Ceni e Bosco, os zagueiros Renato Silva e Rodrigo, o meia Jean e o atacante Borges, lesionados. O técnico Muricy Ramalho escalou uma equipe que poderia tanto jogar no esquema 4-4-2 quanto no costumeiro 3-5-2. O início foi mesmo na segunda opção, com Richarlyson ocupando a defesa pelo lado esquerdo, bem por onde caía Diego Souza. E, no princípio, quem deu as cartas foi a remendada equipe são-paulina. Washington, numa cabeçada, obrigou Marcos a um milagre logo a 8 minutos. Quatro minutos depois, mais uma defesa difícil do goleiro palmeirense, dessa vez em chute de Dagoberto, cara-a-cara. "O Marcão estava muito bem", opinou o lateral Zé Luis. "Foi um jogo aberto. O São Paulo teve um pouco mais de chances, mas o goleiro deles pegou muito." O time alviverde demorou para equilibrar as ações. Quando conseguiu, parou em Denis. A primeira chance ocorreu apenas aos 20 minutos, num chute de longe de Diego Souza, mas o goleiro são-paulino fechou a meta. Aos 31, o milagreiro da vez foi o goleiro visitante, que pegou de forma incrível um chute de voleio de Keirrison. Sete minutos mais tarde, Marcos fez outra intervenção belíssima em finalização de Washington. Se, no primeiro tempo, os visitantes começaram pressionando, os donos da casa tomaram o controle do jogo logo a partir do início da segunda etapa, depois que Vanderlei Luxemburgo mudou o esquema para 4-4-2. Os palmeirenses reclamaram de um pênalti (que existiu) de André Dias em cima de Diego Souza, aos 8 minutos. Lenny e Keirrison tiveram chances claras poucos minutos mais tarde. Todas as jogadas foram de Cleiton Xavier, que, enfim, tomou sua posição de armador do Palestra. Mas Denis estava atento, provando que tem condições de permanecer na meta são-paulina. "Os dois goleiros tiveram um papel muito importante", comentou Denis, o herói do lado visitante, que deve ser o titular quarta-feira. "É muito importante não tomar gol." Fora de campo, algumas confusões. Foram detidos 158 torcedores do Palmeiras na estação Itaim Paulista, linha 12 Safira. Vinte deles ficaram feridos em confronto com a polícia.

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