09 de abril de 2015 | 17h13
A medida foi adotada após a reportagem da Agência Estado visitar os extratos de cerca de 20 convênios do Estado entre 2013 e 2014 e encontrar diversas suspeitas de fraudes. Há documentos de dois eventos diferentes, de entidades diferentes, com as mesmas fotos. A lista tem, entre outros, um evento com 32 times de futsal e 996 medalhas. Um torneio de boxe com 30 lutas precisou de 175 medalhas, além de R$ 40 mil em material esportivo (calção, camiseta, moletom).
Uma relação com 15 supostas irregularidades foi apresentada pela reportagem à pasta no dia 21 de março, com questionamentos sobre os fatos. Na última segunda-feira veio o primeiro posicionamento. "Estamos implantando uma Comissão Averiguadora/Apuradora Interna para auditar os convênios realizados por esta pasta em 2014. Possíveis irregularidades, caso venham a aparecer, serão encaminhadas aos órgãos fiscalizadores para providências legais", escreveu Rodrigues. De acordo com ele, os integrantes da comissão ainda não foram definidos e não há prazos para a conclusão dos trabalhos.
A SELJ está sob o controle do PRB desde a virada do ano, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou mudanças no secretariado para o seu novo mandato. Entre 2006 e 2014, a secretaria de Esportes de São Paulo foi controlada pelo PTB, fechando seu ciclo com José Auricchio Jr, que ficou dois anos, a partir do início de 2013.
MUNICÍPIO - Na prefeitura, uma auditoria nos convênios de 2013 e 2014 foi solicitada pelo secretário Celso Jatene (PTB), conforme explicou o gabinete do prefeito. Em março, a Agência Estado mostrou diversas suspeitas de fraudes nesses contratos, que supostamente beneficiavam aliados do vereador Aurélio Miguel e do deputado Campos Machado. O responsável pela área de convênios, Siderval Marques Brito, foi exonerado.
Depois das denúncias, a SEME e a SELJ paralisaram a realização de convênios. O Portal da Transparência da prefeitura só mostra um em 2015 para realização de eventos pontuais, o Sampa Radical, com destinação de R$ 350 mil à Federação Paulista de Skate. Já o site do governo mostra três contratos: para a primeira fase do Campeonato Paulista de Caratê Interestilos (R$ 380 mil, para a confederação brasileira da modalidade), R$ 1 milhão para o Banana Bowl e R$ 2 milhões para o Brasil Open, ambos torneios internacionais de tênis.
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