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Governo inglês pode ter de assumir obras

Empresa não consegue financiar a construção de arenas olímpicas

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Por Redação
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A crise econômica mundial pode obrigar o poder público inglês a ter de assumir parte das obras que seriam bancadas pela iniciativa privada na Olimpíada de Londres. Segundo o jornal The Times, isso poderá custar ao contribuinte britânico quase 900 milhões de libras (R$ 3,271 bilhões) a mais do que o previsto para os Jogos. Antes de as bolsas de valores de todo o mundo despencarem, a empresa Lendlease esperava que investidores disponibilizassem 1 bilhão de libras para construir a Vila Olímpica e 200 milhões de libras para o centro de imprensa. Agora, afirma que não conseguiu financiamento para as obras por causa da crise econômica, ainda que o projeto inicial da Vila tenha sofrido mudanças - o número de casas a serem construídas foi reduzido de 4 mil para 2,8 mil, o que obrigará todos os atletas a dividirem quartos. Segundo o jornal inglês, o ministro da Economia, Alistair Darling, a ministra responsável pelos Jogos, Tessa Jowell, e a secretária de Estado para as Comunidades, Hazel Blears, ainda não conseguiram entrar em um acordo sobre como reunir o dinheiro necessário para as obras. Blears estaria relutando a liberar 250 milhões de libras para os gastos extras. O chefe da Autoridade Olímpica de Entregas, John Armitt, que cuida do cumprimento do prazo para conclusão das obras das arenas, afirmou que ainda há tempo para as autoridades conseguirem encontrar dinheiro na iniciativa privada para os projetos, mas os ministros estão sob pressão para que assumam os custos de maneira a restabelecer a confiança de que tudo ficará pronto a tempo. As autoridades inglesas tiveram ontem pelo menos um motivo para respirar mais aliviadas. A maior indústria de doces do mundo, a Cadbury, fechou acordo para patrocinar a Olimpíada - fornecerá todo o suprimento de sorvetes a serem vendidos nas arenas dos Jogos. A empresa vai pagar 20 milhões de libras pelo privilégio. A Cadbury estaria na faixa nº 2 de investidores, que inclui a empresa de serviços financeiros Deloitte. Para fazer parte da faixa nº 1, como a Adidas, British Airways ou Nortel, o interessado precisa desembolsar não menos do que 40 milhões de libras. O acordo com a Cadbury, no entanto, contraria um dos projetos iniciais dos organizadores da candidatura de Londres para os Jogos, que era usar o evento para promover um estilo de vida mais saudável dos jovens ingleses. A acusação é dos integrantes do Fórum Nacional sobre Obesidade. Conta à favor da empresa de doces o fato de ser presença tradicional em eventos esportivos: esteve na Olimpíada de Sydney, em 2000, e nos Jogos da Comunidade Britânica de Melbourne, em 2006.

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