PUBLICIDADE

Publicidade

Governo investe pouco nos olímpicos

Por Eugênia Lopes e Rosa Costa
Atualização:

Se dependesse do dinheiro investido pelo Ministério dos Esportes, o Brasil traria para casa um número bem menor do que as 15 medalhas conquistadas em Pequim. Apenas sete meninas do futebol, que ficaram com a prata, recebem o Bolsa-Atleta - ajuda que varia de R$ 300 a R$ 2,5 mil mensais. Os demais medalhistas não ganham nada do governo federal. Dados do ministério apontam que dos 277 atletas brasileiros que foram a Pequim, só 36 - ou seja, 13% - têm oBolsa-Atleta. Os recursos para o setor são ínfimos: R$ 21,1 milhões de R$ 1,1 bilhão previsto no orçamento da pasta. Cerca de mil atletas recebem o Bolsa-Atleta. Sem fornecer números, assessores do ministério explicam que grande parte dos recursos vai para programas que priorizam o lazer e o esporte na educação. A outra fonte de recursos para os atletas é indireta. A Lei Agnelo/Piva prevê que 2% da arrecadação bruta de todas as loterias federais sejam repassados para os Comitês Olímpico e Paraolímpico, que dividem o arrecadado entre as confederações. Entre 2002 e 2006, foram repassados R$ 49,9 milhões. Levantamento feito pelo deputado Felipe Maia (DEM-RN) no Sistema Integrado de Administração Financeira mostra queda nos investimentos do governo com os esportes de alto rendimento. Em 2008, teriam sido liberados 0,96% - o equivalente a R$ 183,9 mil - dos R$ 19 milhões previstos. Em 2007, a área recebeu R$ 302,9 mil. Ou seja, 25,15% da dotação inicialmente prevista de R$ 6 milhões. A situação esteve melhor em 2006, devido à preparação dos atletas para os Jogos Pan-Americanos, realizados no ano passado, no Rio de Janeiro. Foi liberado R$ 1 milhão dos R$ 2,4 milhões da dotação, cerca de 42% do total.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.