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Guilheiro vive dia de celebridade

Por Agencia Estado
Atualização:

Leandro Guilheiro viveu dia de celebridade, nesta terça-feira, em Atenas. Passou horas com a imprensa, participou de vários programas de televisão e chegou a distribuir alguns autógrafos. Mesmo sem ter dormido à noite, não apresentou sinais de cansaço, tamanha era a satisfação pela medalha de bronze conquistada na segunda-feira, a primeira do Brasil. O momento de festa, porém, parece não tirar seu foco do judô, uma das grandes paixões. Guilheiro já pensa no futuro, confiante em ir bem mais longe do que o terceiro lugar na Grécia. "Agora quero me preparar para ganhar o ouro em 2008", declarou o ousado garoto, de 21 anos. "Tenho certeza de que posso fazer o hino do Brasil tocar em Pequim." O paulista, de Suzano, mas residente em Santos, só conseguiu chegar à Vila Olímpica, depois da série de sete lutas, no início da madrugada desta terça-feira. Antes, atendeu aos pedidos de entrevistas das tevês brasileiras. Festejou o bronze com Henrique Guimarães, peso meio-leve, na própria Vila. Falou com a família por telefone e, quando se deu conta, o dia já havia começado. Dolorido e com alguns arranhões, o judoca peso leve voltou à Arena de Ano Liossa para aquecer o amigo Flávio Canto, que, nesta terça-feira, deu ao País o segundo bronze, na categoria meio-médio. Quando saiu à rua, com a medalha no peito, chamou a atenção dos gregos. Guilheiro retornará ao Brasil, com a delegação do judô, no fim de semana e, a partir do fim do mês, começará a cuidar das dores no quadril esquerdo e da fratura na mão esquerda. Em busca da recuperação física, não lutará mais em 2004 e, provavelmente, será submetido a cirurgia nos locais lesionados. Seu próximo objetivo é bom desempenho no Mundial de 2005, no Egito. "Ele não corre o risco de ficar fora do Mundial por causa das contusões", afirmou Ivo Nascimento, um de seus treinadores - o outro é Rogério Sampaio. Sua participação em Atenas foi elogiada por nomes importantes do judô, como Jimmy Pedro, destaque na década passada. A tendência é de que fique cada vez mais conhecido e comece a ter, também, mais dificuldade para derrotar os adversários. Até dois dias atrás, o brasileiro era praticamente um anônimo no circuito internacional. "Isso não me preocupa." Hora de lucrar - O judoca não tem nenhum patrocínio forte. Recebe um valor da Coca-Cola, que apóia a equipe brasileira de judô, e de uma empresa de Santos. Seu rendimento, no entanto, não ultrapassa os R$ 2 mil mensais. A esperança é de que, com a campanha em Atenas, atraia o interesse de patrocinadores e consiga aumentar o ganho mensal para cerca de R$ 5 mil. "A medalha certamente vai trazer benefícios", disse Nascimento. "Mas, para isso, o Leandro terá de se manter na seleção e seguir conseguindo bons resultados." Atualmente, entre os brasileiros, quem mais recebe de investidores é o peso médio Carlos Honorato, prata em Sydney-2000.

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