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Hipismo: irlandês não deve recorrer

Por Agencia Estado
Atualização:

O cavaleiro irlandês Cian O´Connor, campeão olímpico em Atenas, não deverá apresentar um recurso contra a decisão da Federação Eqüestre Internacional (FEI), que no domingo, em Zurique, desqualificou os seus resultados durante a Olimpíada pelo doping de seu cavalo (Waterford Crystal). O julgamento da entidade abriu a possibilidade para que o brasileiro Rodrigo Pessoa, que havia ficado com a prata, herdasse a medalha de ouro. Cian O?Connor tem 30 dias para apresentar um recurso na Corte Arbitral de Esportes (CAS), em Lausanne, também na Suíça. Mas ele já deu indícios de que não levará o caso adiante. Segundo a porta-voz da FEI, Muriel Faienza, a entidade não poderá se basear apenas em declarações do irlandês e deverá esperar o final desse período de 30 dias para pedir oficialmente ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que passe a medalha de ouro ao brasileiro Rodrigo Pessoa. "Somente podemos fechar o caso se o cavaleiro (Cian O?Connor) nos mandar por escrito um comunicado dizendo que revoga seu direito de apelar. Nesse caso podemos antecipar o processo", explicou Muriel Faienza. Segundo ela, outras declarações ainda dariam margem para entender que o irlandês simplesmente ainda não tomou uma decisão sobre o que fará nos próximos dias. Cian O?Connor teria ficado decepcionado com o resultado anunciado pela FEI, que julgou ilegal o fato de haver encontrado substâncias proibidas no organismo do cavalo Waterford Crystal. O irlandês, porém, se considerou satisfeito pelo fato de não ter sido acusado de ter injetado as substâncias de forma deliberada para melhorar o desempenho do animal. Se isso ocorresse, ele poderia pegar até dois anos de suspensão - sua pena será de apenas três meses. Avril Doyle, presidente da Federação Eqüestre da Irlanda, afirmou que irá respeitar a decisão que for tomada por Cian O?Connor sobre a apresentação ou não de um recurso. Ela ainda garante que se o cavaleiro estiver em boas condições em 2008, participará da equipe do país nos Jogos Olímpicos de Pequim. Em entrevista à emissora irlandesa RTE, Avril Doyle não poupou críticas à FEI. "Houve uma grande falta de profissionalismo na forma de lidar com o caso", afirmou a presidente da Federação da Irlanda, que criticou o fato de uma decisão só começar a ser conhecida oito meses após a prova. Segundo a FEI, porém, foi em grande parte por causa de Cian O?Connor que a audiência e julgamento do caso não ocorreram antes. Afinal, o cavaleiro irlandês recusou várias datas oferecidas pela entidade para que o processo ocorresse e a solução foi marcar a audiência para um domingo de Páscoa. Já Rodrigo Pessoa, entrevistado pela mesma emissora irlandesa, afirmou que a eventual medalha de ouro é agora para ele "pura estatística". "Não gosto de ganhar assim", afirmou o brasileiro, lembrando que o episódio não é bom nem para a imagem do esporte nem para os patrocinadores. Rodrigo Pessoa promete competir nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, para ganhar "de verdade" a medalha de ouro. Caso a medalha de ouro seja mesmo confirmada para Rodrigo Pessoa, o Brasil terminaria os Jogos de Atenas no 16º lugar na classificação geral, ao invés da 18ª colocação atual.

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