PUBLICIDADE

Publicidade

IAAF mantém suspensão à Rússia por doping e confirma Mundial na Hungria em 2023

Entidade que rege o atletismo pede acesso aos dados do laboratório de Moscou e que russos paguem custos jurídicos do escândalo

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A Associação das Federações Internacionais de Atletismo ( IAAF, na sigla em inglês) anunciou nesta terça-feira que manteve a punição à Rússia, que segue banida das competições da modalidade por causa do grande escândalo de doping envolvendo atletas do país.

Essa decisão foi revelada depois de uma reunião do Conselho da entidade, em Mônaco, onde também foi confirmado que o Mundial de Atletismo de 2023 será realizado em Budapeste, cidade que já era considerada favorita a abrigar esta edição do evento depois que a IAAF manifestou que sua escolha preferencial era a capital húngara.

Frascos de exames antidoping Foto: Valentim Flauraud/Reuters

PUBLICIDADE

Budapeste será palco deste grande evento após as edições de 2019, em Doha, e 2021, em Eugene, nos Estados Unidos. Anteriormente, a cidade da Hungria também foi a sede do Mundial em 1966 e 1998.

No que diz respeito à situação da Rússia, a IAAF estabelece duas condições para que o país possa ser reintegrado às competições internacionais. Uma delas é a entidade poder ter acesso ao banco de dados do computador do laboratório de Moscou, que poderia apontar a existência de outros atletas suspeitos de doping. E outra é que os russos paguem os custos legais gerados por este escândalo de dopagem, que ocasionou a abertura de vários processos na Justiça.

"Essa dívida deve ser liquidada", disse Rune Andersen, que dirige a força-tarefa da IAAF que está lidando com a Rússia neste caso. "Precisamos receber o dinheiro", ressaltou o dirigente, lembrando que o país prometeu pagar o que deve.

Já no que diz respeito ao acesso aos dados do laboratório de Moscou, Andersen destacou: "Os atletas russos não podem retornar às competições internacionais incondicionalmente até que tal questão seja resolvida de uma forma ou de outra". Essas informações podem chegar à IAAF por meio da Wada, que estabeleceu um prazo para recebê-las.

A força-tarefa russa que foi encarregada de fazer com que a Federação Russa de Atletismo (Rusaf, na sigla em inglês) cumpra estas exigências considerou que as mesmas ainda não foram cumpridas. "A força-tarefa espera que a Rusaf e as autoridades russas adotem agora todas as medidas necessárias para atender a essas condições o quanto antes", cobrou a IAAF, em trecho de comunicado divulgado nesta terça em seu site oficial.

Publicidade

Também por meio de um comunicado, o presidente da Rusaf, Dmitry Shlyakhtin, disse que acertar essas dívidas da entidade vai exigir "muito trabalho". "Precisamos elaborar vários documentos legais e discutir as formas de pagamento. Também estamos conversando com a IAAF sobre a possibilidade de pagar em prestações ao longo de seis meses", revelou. Ele também disse que fornecer acesso à Wada às amostras dos exames do laboratório de Moscou "obviamente vai levar algum tempo". "Nós reconhecemos isso", reforçou.

ENTENDA O CASO

Com a decisão anunciada nesta terça-feira, o órgão máximo do atletismo acabou optando por não seguir o mesmo caminho da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), que em setembro anunciou a reintegração da Agência Antidoping da Rússia (Rusada).

Essa última entidade estava suspensa desde novembro de 2015 por conta de uma investigação independente da Wada, liderada pelo advogado canadense Richard McLaren, que revelou doping sistemático e com apoio do estado russo em diferentes modalidades esportivas. O auge das infrações teria acontecido durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, quando amostras de atletas russos eram trocadas para esconder os resultados positivos para uso de substâncias proibidas.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

As denúncias foram repetidamente negadas pelas autoridades políticas e esportivas da Rússia, mas isso não foi suficiente para evitar as punições. Por causa da deflagração do escândalo de doping, os russos foram impedidos de participar das competições de atletismo da Olimpíada do Rio, em 2016, e do Mundial de Londres, em 2017. Para completar, o país ficou fora dos Jogos de Inverno deste ano, na Coreia do Sul.

Desde o fim de 2017, a Wada vinha indicando que poderia levantar a suspensão, apesar de impor condições que os russos não vinham cumprindo. Para a liberação, a agência exigira que a Rússia admitisse publicamente o apoio e a cobertura do estado aos casos de doping e que o país liberasse o acesso total aos exames armazenados no laboratório de Moscou.

Em setembro, após a Wada reintegrar a Rusada, a Federação de Atletismo da Rússia entrou com um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para cancelar a suspensão da IAAF, mas este apelo ainda não foi julgado pelo máximo tribunal esportivo mundial.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.