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Imagens do Rio e do Brasil adornam obstáculos do hipismo

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Por MAIR PENA NETO
Atualização:

Os Arcos da Lapa, a igreja da Candelária, o banquinho e o violão da Bossa Nova, a calçada de Copacabana, a capoeira, o frevo, o bumba meu boi, berimbaus e atabaques, entre outros símbolos do Rio de Janeiro e do Brasil, estarão nos obstáculos da pista de hipismo dos Jogos Pan-Americanos para dar uma identidade única à competição. Em alguns casos, os símbolos e monumentos serão o próprio obstáculo, como os Arcos da Lapa, que formam um muro. Em outros, estarão nos paraflancos dos obstáculos, compondo um cenário que represente a identidade brasileira, conta Guilherme Nogueira Jorge, o armador do percurso das provas de salto do Pan. "No Pan de 83, surgiu essa idéia de retratar nas competições de hipismo a história e a cultura do país anfitrião. Isso se repetiu na Olimpíada de Seul e virou tradição", disse Guilherme, que fez o projeto dos obstáculos com David Navarro, um outro armador de pista, de Brasília, e com Beth Lula, do marketing do Co-Rio, para dar o que chamam de "look of the games". Depois de ter armado o percurso das finais das Copas do Mundo de hipismo de 2005 e 2007, em Las Vegas, Guilherme, que passa 25 semanas por ano fora do Brasil montando pistas, está entusiasmado com a oportunidade de repetir o trabalho no Pan, principalmente pela qualidade das instalações. "Fui a três Olimpíadas e isso aqui está mais para Olimpíada do que para Pan-Americano", afirmou Guilherme, elogiando a qualidade do piso, dos obstáculos e de todo o dentro hípico, criado especialmente para o Pan e que se tornará um centro nacional de treinamento de hipismo. Guilherme vai armar percursos que vão elevando o grau de dificuldade, partindo de obstáculos a 1,45 metro até 1,60m. No primeiro dia, a prova será de velocidade, com faltas convertidas em tempo, e nos outros dois dias os cavaleiros terão que completar o percurso no tempo concedido. O objetivo do armador é montar um percurso técnico e seletivo, que extraia o melhor dos conjuntos. "Do cavalo, que se mostre cuidadoso, que tenha força para saltar os obstáculos e que seja submisso a quem o monta. Do cavaleiro, que tenha habilidade, capacidade de concentração e estratégia", disse Guilherme, acrescentando que o percurso revela quem foi o mais completo para resolver as dificuldades. A arte de se montar uma pista, segundo Guilherme, é exigir sempre do cavalo somente o necessário. "Estes cavalos têm um calendário muito intenso, não vão saltar só aqui. Por isso, o percurso não pode ser fácil demais, nem difícil demais. O segredo é o equilíbrio."

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