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Inglês de 15 anos assombra na Itália

Tom Daley ganha ouro no trampolim e vira o mais jovem vencedor da história

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Por ROMA
Atualização:

Era 2003, Tom Daley tinha apenas 10 anos, mas já se mostrava um promissor atleta dos saltos ornamentais. Em uma de suas primeiras competições, assustou-se e chorou. O treinador - o pai -, sem dar bola para sua idade, não deixou por menos. Aplicou-lhe um belo puxão de orelha. Daley não se desesperou. Ao contrário, ganhou força e, no ano seguinte, venceu, de forma inesperada, um torneio sub-18 na Inglaterra, seu país. Ontem, em Roma, foi bem mais longe. Tornou-se, aos 15 anos, o saltador mais jovem a conquistar um título mundial - na plataforma de 10 metros. Os italianos ficaram boquiabertos. Os ingleses, nem tanto. Conheceram seu potencial em 2008, quando garantiu vaga em Pequim como o mais jovem representante da Grã-Bretanha a participar de Olimpíada, aos 14 anos e 81 dias. A mãe, orgulhosa, gastou o equivalente a R$ 230 em jornais e revistas com reportagens do garoto na semana da classificação. "Não posso acreditar no que consegui fazer hoje (ontem)", festejou Daley, sorrindo, à vontade com o assédio dos repórteres. "Não esperava, de jeito nenhum, ganhar, o que ocorreu foi completamente maluco." O inglesinho foi impressionante. Deixou para trás o australiano Matthew Mitcham, campeão olímpico em Pequim, e os favoritos chineses, fortes nesse tipo de prova. No fim, Mitcham ficou sem medalha e os asiáticos Qiu Bo e Zhou Luxin levaram a prata e o bronze, respectivamente. Seus adversários pareciam ver uma assombração. Talvez imaginassem que o menino precoce fosse mais uma criação da sensacionalista imprensa inglesa do que uma realidade. Hugo Parisi, brasileiro que não conseguiu chegar à final ontem, já o conhecia bem. Antes de Pequim, chegou a declarar que Daley aos 14 anos já era melhor do que ele, hoje com 24. "É necessário um talento nato para fazer o que ele faz com essa idade." Os primeiros passos foram dados aos 7 anos, sempre com o incentivo do pai, um sonhador. O maior sonho da família, agora que o garoto se torna um talento reconhecido, é uma medalha olímpica. E nada melhor do que colocá-la no peito em casa. Londres-2012 passa a ser a meta de Daley, que ainda não tem a popularidade de David Beckham ou Lewis Hamilton, mas a cada salto vê o prestígio disparar. "Não vou parar de competir enquanto não ganhar um ouro em Jogos Olímpicos."

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