Publicidade

'Investir no esporte é investir em saúde, educação e segurança pública'

Nadador analisa o Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas

PUBLICIDADE

Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior
Atualização:

1. Por que você decidiu integrar o Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas? Venho de família de militares. Meus avós serviram o Exército e a Aeronáutica. Meu pai é coronel aposentado da Aeronáutica. Assim sempre tive vontade de também fazer parte das Forças Armadas de alguma maneira. Com o PAAR, tive essa oportunidade. Temos muitas dificuldades na questão de apoio e também de infraestrutura para o desenvolvimento de atletas (base/alto rendimento) no Brasil. Como atleta do PAAR, tenho a oportunidade, tanto financeira quanto estrutural, de treinar e me dedicar 100% para o esporte.

O nadador Leonardo de Deus também é terceiro sargento do Exército Foto: Leonardo de Deus

PUBLICIDADE

2. Quais os benefícios que ele traz para sua carreira? As Forças Armadas nos dão toda estrutura necessária de treinamento, médica e também financeira. Além de nos proporcionar a participação em competições internacionais militares e civis para nosso crescimento e desenvolvimento dentro do esporte. Além disso, o programa nos ensina o que todos os cidadãos deveriam saber, que é o patriotismo e o respeito pelo nossos símbolos nacionais.

3. Qual é a rotina de um atleta militar? Nossa rotina não se diferencia muito da rotina dos outros atletas de alto rendimento. Temos nossos horários para treinamento e recuperação. No meu caso, eu treino de segunda a sábado de manhã e à tarde com treinamentos que variam dentro da piscina e na área de musculação, assim como o descanso e a fisioterapia que são fundamentais para nossa recuperação. Como militares, as instalações estão ao nosso dispor. Todo ano, nós, atletas militares, temos que fazer uma chamada “reciclagem” na qual as Forças Armadas fazem um reforço de tudo aquilo que aprendemos durante o período de treinamento que acontece assim que integramos o PAAR.

4. Quais são as suas obrigações? Nossas obrigações como atletas militares são participar das competições militares nacionais e internacionais que somos convocados, sempre nos manter treinando e em comunicação com a Força que fazemos parte para que os chefes de delegação consigam acompanhar todo planejamento de treinamento e ajudar sempre que necessário, estar sempre em dia nas questões de fardamento e apresentação pessoal nos treinamento e perante a mídia assim como estampar o Símbolo da Força que representamos em nossos uniformes (clubes) para que possamos divulgar as Forças Armadas, representando-as tanto em âmbito nacional quanto internacional da melhor maneira e postura.

5. Como avalia o programa diante da crise econômica do País e a dificuldade dos atletas para conseguir patrocínios? O PAAR é uma super oportunidade dos atletas se desenvolverem. Além da saúde que proporciona, o esporte é um aliado à educação educação e uma forma de melhorar a segurança pública. Quando investimos no esporte, estamos estruturando melhores cidadãos para a vida, construindo sonhos naqueles que nunca imaginaram que um dia poderia ser um atleta e representar seu País, não digo só no alto rendimento, mas também para aquelas pessoas que buscam uma vida mais saudável ou uma conquista pessoal. Em nosso País, ser atleta é muito difícil, conseguir patrocinadores é ainda mais difícil. As grandes empresas sempre buscam os atletas já prontos e não nos dão sempre aquilo que mais precisamos, que é uma estrutura adequada de treinamento e profissionais qualificados que consigam lapidar uma atleta em desenvolvimento até chegar no alto rendimento as Forças Armadas fazem em muitos casos. O PAAR está sendo de extrema importância para sobrevivência de muitos atletas que necessitam dele para continuarem no esporte em busca de realizar seus objetivos. Apesar de todo investimento feito, volto a dizer, investir no esporte é sim investir em educação, saúde e segurança pública de uma só vez.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.