Irmãos fecham gol no handebol

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma dupla de irmãos é responsável por "fechar" o gol da seleção brasileira de handebol. Marcão, de 26 anos, é o titular, e Maik, de 21, o reserva - o Brasil faz sua primeira partida nos VII Jogos Sul-Americanos, contra o Uruguai, neste domingo, às 16h30, no Ginásio Municipal de São Bernardo do Campo (as meninas brasileiras também enfrentam as uruguaias, às 18h15, no mesmo local). Marcão e Maik, que apostam na conquista da medalha de ouro nesse Sul-Americano, têm uma história que envolve da sedução - de um professor de educação física - à paixão total pelo esporte que adotaram como ´estilo de vida´. "O ambiente de competição e tudo o que o esporte envolve entra no sangue e vicia", resume Marcão, universitário, assim como Maik. neste domingo, os dois defendem o handebol da Metodista, onde estudam Educação Física. Os dois foram levados para competir no handebol, ainda meninos, por influência do professor Laércio Malisia, da Escola Estadual Victoria Américo Fontana, no Jardim Imperador - viviam no Jardim Tietê, na área de São Mateus, comunidade humilde de São Paulo. "Ele não tinha medo da arginalidade, ia no nosso bairro, batia na nossa porta, às 7 horas, e nos levava aos jogos... começou a surgir o interesse e o compromisso com o esporte", explica Marcão. Primeiro respeitavam a dedicação do professor e, depois, se apaixonaram pelo esporte. "Montamos uma trave no fundo do quintal para jogar todo o tempo", conta Maik. Marcão, o mais velho, abriu caminho e influenciou os irmãos. Não apenas Maik. Os quatro filhos de Nair e Marco Antonio Santos jogam handebol. Andressa, de 18 anos, é goleira, e Paulo Roberto, de 24, ponta-esquerda. Apesar do perigo - todo goleiro de handebol tem história de rosto machucado por bolada - garantem que gostam da função. A primeira seleção brasileira de Marcão, de 1,84 m e 92 quilos, foi no Pan-Americano de Handebol de Buenos Aires, em 1995 - participou da histórica conquista da medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em 1999. Maik, de 1,78 m e 85 quilos, chegou em 2000, quando o Brasil foi bronze no Pan de Handebol, em São Bernardo. Brasil e a Argentina são favoritos a ficar com duas das três vagas em disputa para os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003 - Uruguai e Chile podem brigar pela terceira vaga. Neste domingo, além de estudar e jogar na Metodista, os goleiros dão aula nas escolinhas de handebol da universidade, para atletas de 9 a 16 anos, nas categorias cadete, infantil, juvenil e júnior. Garantem que são muitas as crianças e jovens interessados no handebol, um esporte muito popular nas escolas. "Quando fazemos seletivas no Baetão ou na Metodista lota", comenta Maik. Lamentam a falta de mais programas de descoberta de talentos e formação. "Há meninos que vem para as aulas de chinelo ou sapato por não ter tênis." Os goleiros contam no dedos quando respondem sobre quais são as equipes competitivas do Brasil. "Metodista, São Caetano, Pinheiros, Araçatuba... Falta patrocínio e apoio", observam.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.