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Isinbayeva falha em Londres e resolve adiar aposentadoria

Saltadora russa lutava para entrar para a história como a única mulher a ser três vezes campeã

Por JAMIL CHADE
Atualização:

LONDRES - A americana Jennifer Suhr ganhou o ouro no salto com vara e adiou a aposentadoria de Yelena Isinbayeva, numa prova em que o vento dificultou os saltos. A saltadora russa, recordista mundial da prova, lutava para entrar para a história como a única mulher a ser três vezes campeã olímpica. "Eu queria ganhar a medalha de ouro e me aposentar. Mas não quero sair com o bronze. Decidi, então, que quero ir até 2016 no Rio e só então vou me aposentar, com mais um ouro", garantiu Isinbayeva.Ontem, todas as medalhistas saíram em defesa de Fabiana Murer e culparam o vento pela desclassificação precoce da brasileira na final da modalidade. Fabiana foi eliminada no sábado, depois de ter abdicado de fazer seu último salto por causa do vento forte. Ontem, a medalhista de ouro confirmou que teria sido o vento o responsável pela saída da brasileira. "O vento que Fabiana pegou era muito forte. Ela parecia que estava pronta para uma boa altura. Mas do jeito que estava, era muito perigoso. Ela poderia ter se machucado muito. Não havia forma de saltar com aquele vento, que jogava copos e roupas das pessoas no chão. Eu, pelo menos, não teria saltado", disse Jennifer Suhr. A medalhista de prata na prova de ontem, a cubana Yarisley Silva, também culpou o vento pela situação de Fabiana. "Foi uma surpresa sua ausência na final. Mas isso foi por causa do vento", disse. "O clima era terrível. Eu mesmo nunca competi em uma situação tão ruim", declarou Isinbayeva. Ontem, os problemas climáticos continuaram, atrapalhando as atletas. Para conquistar o ouro, Jennifer Suhr saltou 4,75 metros, com Yarisley Silva atingindo a mesma altura. Como a cubana precisou de mais tentativas para chegar à marca, o primeiro lugar acabou ficando com a americana.Isinbayeva, que ficou com o bronze, parou bem longe de seu recorde mundial, de 5,06 metros. Garantiu apenas 4,70 metros. A terceira posição acabou sendo a marca de um período em que acumulou derrotas, problemas e a desconfiança de que não voltaria a seu patamar mais elevado.Desde 2009, perdeu três campeonatos mundiais, indoor e outdoor. Conhecida também por sua beleza, a atleta ajudou a transformar a modalidade em uma atração mundial. "Esse bronze foi como um ouro", disse a russa. "Tive muitas dificuldades nos últimos meses e pensei muito se deveria continuar." Agora, deve seguir pelo menos até os Jogos do Rio.

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