Jadel fica resignado com resultado

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Por Agencia Estado
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O "grande salto" do ano que Jadel Gregório esperava que pudesse dar neste domingo, na pista do estádio Olímpico de Atenas, não saiu e o triplista não ocupou um lugar no pódio da prova que já deu seis medalhas para o Brasil, com Adhemar Ferreira da Silva (o duplo ouro, em 1952 e 56), Nelson Prudêncio (prata em 68 e bronze em 72) e João Carlos de Oliveira (bronze, em 76 e 80). Mas Jadel manteve a regularidade - desde o ano passado vem saltando acima dos 17 metros - e ficou com a quinta posição da prova olímpica, com a marca de 17,31 metros. A medalha de ouro foi conquistada pelo campeão mundial e agora olímpico, Christian Olsson, da Suécia, com um salto de 17,79 metros. O romeno Marian Oprea levou a prata, com 17m55, e o russo Danila Burkenya ficou com a de bronze, com 17m48. Olsson, de brinco de brilhante na orelha esquerda e enrolado na bandeira da Suécia, comemorou muito o título. Não era para menos. Ele simplesmente mandou na prova - fez os três melhores saltos (duas vezes 17m69, além do salto do ouro de 17m79). O cubano Yoandri Betanzos, com 17m47, também terminou à frente de Jadel. O brasileiro disputa agora o salto em distância, com eliminatórias na terça-feira, a partir das 13h45. "Foi minha primeira Olimpíada, saltei muito bem, competi muito bem. Ainda tem o salto em distância, vou fazer o meu melhor que não saiu hoje. Eu imaginava, para esse ano, manter a regularidade e fazer um salto grande", contou Jadel. No salto em distância, a expectativa é de melhorar a sua marca pessoal, de 8m22. "Sempre estou tentando, uma hora sai. Para ir à final terei de saltar pelo menos 8m10. Um quinto ou sexto lugar estaria muito bom. Quero melhorar o meu resultado." Ele também disse que não era o momento de dar desculpas, mas insinuou que algo de errado ocorreu desde que chegou à Europa, no dia 9 de junho, para a temporada do circuito internacional. "Na hora certa eu vou falar o que aconteceu. Mas agora não, porque vai soar como desculpa. Amanhã vai sair em todos os jornais que eu dei desculpas", justificou. O brasileiro afirmou, inclusive, que seu clube, a BM&F Atletismo, mandou a fisioterapeuta Samara Ghani, a seu pedido, para acompanhá-lo na Europa, mas sem esclarecer se estava machucado. E manteve o mistério no ar: "Não vou falar agora." Sobre seus planos futuros, Jadel revelou que ainda disputará os Grand Prix de Berlim, Bruxelas e Mônaco, até o dia 18 de setembro, e no ano que vem não fará a temporada indoor (pista coberta), que ocorre no inverno europeu, de fevereiro a abril. "Estou cansado de tantas viagens, de ficar fora de casa, de comer mal. Quero focar alguns meetings da temporada outdoor, competir menos e com mais qualidade", explicou. Também quer corrigir alguns problemas técnicos que ainda tem no salto triplo, como a entrada na tábua, não tão rápida quanto desejaria. "Às vezes acerto, às vezes não", admitiu, lembrando que seria bom se não fosse tão pesado - tem 2,02 m e 102 quilos. Ou seja, se tivesse um biótipo mais parecido com o do sueco Olsson. "Ele é magrinho, mais rápido e técnico", comparou.

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