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Jadson André tenta fugir do estereótipo baladeiro

Surfista potiguar reforça dedicação nos treinos e ajuda psicológica para 'não ser mais um'

Por Milton Pazzi Jr
Atualização:

A vitória de Jadson André na etapa de Imbituba, em Santa Catarina, do Circuito Mundial da Associação dos Surfistas Profissionais (ASP), surpreendeu os torcedores e boa parte dos jornalistas que acompanham o esporte pelo mundo. Apontado como potencial campeão desde que entrou nas disputas pelo planeta, há três anos, não se esperava que isso viesse tão rápido.E ainda mais em seu País, numa final contra o líder do ranking mundial e nove vezes campeão Kelly Slater, dos Estados Unidos. O dia seguinte à conquista talvez tenha sido o mais agitado, como acontece com todos os que atingem o sucesso, aparecem nos jornais, na internet e na televisão: telefonemas para entrevistas e muitos parabéns pelo caminho."Isto é o meu sonho. Isto é tudo pelo que tenho trabalho na minha vida. Estar na praia e poder dizer que eu venci, é algo muito especial para mim. Eu não sei como colocar em palavras. É um milagre. Isto é incrível. Eu agradeço a todos por isso", diz André, ainda influenciado pela comemoração do título, na entrevista coletiva.Com 20 anos, ele tem uma trajetória de dez como surfista, e cinco como competidor. Começou a pegar onda de brincadeira, em Natal (RN), onde nasceu, e aos 15 foi morar no Guarujá (SP), com a ajuda do também potiguar e surfista Aldemir Kalunga, a quem já disse considerar um padrinho, mas não um substituto dos pais, com quem mantém contato constantemente, mesmo longe.André tem um histórico de ser uma pessoa mais concentrada que a maioria dos surfistas, fugindo do estereótipo "baladeiro". Acorda cedo e participa de todas as atividades que seus investidores/patrocinadores exigem - o surfista profissional é bancado por empresas, já que não existem clubes, como no futebol - e conta com apoio até psicológico."Tenho muito o que aprender. Faço as coisas certas, treino bastante, tento fazer o meu melhor. Não quero ser mais um, quero ficar nisso", afirma, nas entrevistas aos mais diversos veículos que o procuram. Nas categorias de base do surfe, Jadson André conquistou os títulos de Durban (AFS), em 2009, e em Penha (SC), em 2008. Neste ano, no Circuito Mundial da ASP, foi 17.º e nono nas duas primeiras etapas. A próxima será em 15 e 25 de julho, em Jeffrey’s Bay (a uma hora ao sudeste da Cidade do Cabo), na África do Sul, logo após a Copa do Mundo.Agora quarto colocado no ranking (estava na 13.ª posição), com 15.500 pontos e estreante na temporada, André acumula uma premiação de US$ 175.500 (cerca de R$ 303 mil). Nem tudo disso é dele - divide com os patrocinadores -, mas pela idade e pela qualidade, vai aumentar bastante. E melhorar bastante sua vida e da sua família, um dos outros objetivos da vida, além dos títulos.

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