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Janeth festeja 500º ponto em Olimpíadas

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Por Agencia Estado
Atualização:

O técnico espanhol Vicente Rodriguez não imaginava que sua declaração - de que essa era a eliminatória que todo mundo queria - pudesse provocar sentimento de vingança nas brasileiras. A seleção decidiu mostrar, hoje, no Ginásio Olímpico, que era superior e venceu a Espanha por 67 a 63 (34 a 34), assegurando vaga na semifinal do torneio olímpico de basquete dos Jogos de Atenas. A classificação foi obtida na partida em que Janeth ultrapassou a marca dos 500 pontos em Olimpíadas. A ala marcou 27 pontos, o 505.º ponto em quatro participações olímpicas, desde Barcelona, em 1992. Fez o ponto de número 500, o 62.º do jogo (62 a 59), a 37 segundos do fim. "Aconteceu naturalmente. Gosto de momentos como esse, decisivos, em que temos de jogar com determinação. Jogamos muito bem na defesa e os meus pontos estavam dentro dos que o time fez no ataque. Tenhos de agradecer desde a outra geração que me ajudou a conseguir essa vantagem dos 500 pontos. A quarta olimpíada não é para qualquer um. Já pedi para as meninas: não me façam ir para Pequim para tentar ganhar outra medalha." A Austrália, que hoje derrotou a Nova Zelândia por 95 a 55, será a adversária do Brasil sexta-feira, às 10h45 (horário de Brasília). Rússia e Estados Unidos fazem a outra semifinal, às 8h30. "A Austrália joga do mesmo jeito de sempre, com velocidade, valorização da posse de bola e marcação forte. Teremos de ter mais cuidado com a posse de bola e não se precipitar nos arremessos", resume o técnico Antônio Carlos Barbosa. Revanche - As meninas, após um jogo nervoso e equilibrado, comemorararm cantando: "poeira, poeira, levantou poeira"... As espanholas estavam "entaladas" na garganta, afirma Iziane, por causa das declarações do técnico Rodriguez de que somente se seu time jogasse muito mal e o Brasil muito bem ficariam de fora da semifinal. "Tiramos o espinho da garganta. O Brasil é um time aguerrido e a provocação acabou nos ajudando." Iziane, que jogou na Espanha, disse que as jogadoras deixaram de cumprimentar as espanholas na Vila Olímpica, apesar do relacionamento dos clubes Yaya Maria e Salamanca. Helen, que casou com um espanhol, já jogou na Espanha, para onde voltará na próxima temporada - tem contrato com o Barcelona - disse que as brasileiras reagiram bem a pressão. "O técnico foi infeliz. Nosso time tem brio e conseguimos mostrar que o Brasil é melhor." O técnico Antônio Carlos Barbosa atribuiu ao entusiasmo pelo segundo lugar do outro grupo as declarações de Rodriguez. "Nós tínhamos perdido para eles no Mundial, mas sem a Helen e a Micaela, numa momento ruim, e um amistoso, sem a Janeth." Curiosamente, o Brasil, que sempre se caracterizou por ser uma equipe de cestinhas, teve nos rebotes - 43 contra 22 das espanholas - sua principal arma para vencer a partida de hoje. "Fizemos um jogo tático, feio, mas na Europa é assim", definiu a pivô Alessandra, que pegou 8 rebotes, mesmo número de Leila. O técnico Antônio Carlos Barbosa definiu a partida como nervosa, com o Brasil ansioso no ataque e ainda perdendo bolas fáceis. "Passando esse jogo o time estará um pouco mais tranquilo porque você passa a ter duas chances de medalha, na sexta-feira e no sábado. Só o fato de estar entre os quatro melhores do mundo dá uma certa tranquilidade, mas não acomodação porque viemos aqui atrás de medalha." O treinador concordou que o rebote tem sido um ponto forte do Brasil nessa Olimpíada. Os arremessos, que tem tido uma média ruim de eficiência, vai melhorar na avaliação de Barbosa. Iziane acha que o time já passou pelo pior, que era estar entre os quatro primeiros colocados, após ter sido sétimo no Mundial da China, em 2003, ficando fora do pódio. "O peso que tiramos das costas é pelos dois meses e todo o trabalho pesado que fizemos e que tivemos de abdicar de tanta coisa." Na semifinal, Iziane acha que tudo se iguala, não importando a derrota para a Austrália na fase de classificação.

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