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Jaqueline Mourão bate recorde, mas brasileiros não avançam no sprint do esqui cross-country

Atleta de 46 anos confirma oitava participação em Jogos Olímpicos, mas se despede de Pequim ainda na fase classificatória. Duda e Manex Silva também ficam pelo caminho

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Por Redação
Atualização:

Jaqueline Mourão

entrou oficialmente para a história do esporte brasileiro nesta terça-feira. Ao largar na prova de sprint nos

Jogos de Inverno

, a esquiadora e ciclista de 46 anos confirmou a sua oitava participação em Jogos Olímpicos, um recorde. Ela representou o Brasil no

ciclismo MTB

em

Atenas-2004, Pequim-2008 e Tóquio-2020

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e no esqui

cross-country em Turim-2006, Vancouver-2010, Sochi-2014, Pyeongchang-2018

e, agora,

Pequim-2022

. Com o feito, ela superou outras lendas do esporte brasileiro como

Formiga

, do futebol,

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Robert Scheidt

, da vela, e

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Rodrigo Pessoa

, do hipismo.

"O frio na barriga é o mesmo dos primeiros Jogos Olímpicos, a vontade de fazer história para o meu país é enorme. Estar aqui com todo esse cenário, passando por uma classificatória difícil, todos os procedimentos por conta da covid, pandemia... Na linha de largada, tudo se concretizou. O meu caminho foi diferenciado, exigente, Jogos de Verão, de Inverno, três modalidades. E confesso que pensei muito na Bruna (Moura), nesta manhã, tudo que ela viveu comigo e fiquei muito emotiva", disse Jaqueline, citando a pupila e companheira, que sofreu um acidente automobilístico pouco antes da viagem para Pequim e se recupera bem.

Jaqueline Mourão alcançou sua oitava edição de Olimpíadas, mas acabou deixando Pequim ainda na fase classificatória do esqui Foto: Alexanre Castello Branco/COB

O desempenho de Jaqueline e Bruna no último Mundial, que colocou o Brasil na 25.ª colocação do Ranking de Nações, foi o que permitiu ter duas atletas no esqui cross-country em Pequim-2022. Nesta terça-feira, as duas se despediram na fase classificatória. A veterana terminou no 84.º lugar, com Duda na 88.ª posição. Pouco depois, em sua segunda prova em Pequim, Manex Silva também foi à pista, mas não conseguiu avançar com o 71.º lugar.

"Quando soube do acidente da Bruna, horas antes do meu voo (para a China), caiu meu chão. Não conseguia concentrar em nada, foi muito duro. Ela merecia estar aqui, uma menina muito batalhadora, uma pessoa leve que faz todo mundo sorrir. Ela tá aqui comigo, penso nela todo dia e conversamos hoje de manhã. A Bruna falou que vou ter que continuar pra 2026 pra correr juntas. Espero que ela se recupere o mais rápido possível e volte a competir no esqui porque a Bruna é uma atleta de muito futuro. Mas não posso deixar de dizer que a Duda está aqui também por méritos", analisou.

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Ter a companhia de Duda também marca uma evolução do esqui cross-country porque, pela primeira vez, Mourão teve companhia em suas provas. "É um legado. Muito bom ver o trabalho que vem sendo feito, que com o rollerski estão surgindo novas atletas, mais gente se envolvendo, a Duda é um resultado desse trabalho de longo prazo. É muito emocionante poder compartilhar desde o almoço, passando pelo ônibus para a Arena, até a prova propriamente dita. Sou muito feliz de poder viver isso como atleta", disse.

Em Pequim-2022, a recordista teve uma rotina diferente, que mostra o crescimento da modalidade. Durante o período na China, Jaqueline vai ter a chance de esquiar no Centro Nacional de Esqui Cross-country, em Zhangjiakou, pelo menos, três vezes. "Poder competir em três provas é muito bom. Nos outros Jogos Olímpicos, era só um dia e acabou. Agora, a gente pode curtir mais, aprender mais. Hoje consegui fazer um bom aquecimento, testar toda a rotina pré-prova para que nas próximas seja melhor. Estou muito feliz com isso", contou.

Jaqueline, que já trabalha nos bastidores do esporte, sendo integrante das Comissões de Atletas das Confederações Brasileiras de Ciclismo (CBC) e de Desportos na Neve (CBDN) e do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e concorre a uma vaga na do Comitê Olímpico Internacional (COI), não projeta o futuro no momento, mas deixa em aberta a possibilidade de quebrar o próprio recorde.

"Depois de Pyeongchang, eu falei que queria ver ano a ano como ia ser e disputei Tóquio e Pequim. Tudo vem de dentro, se eu ainda tiver tendo prazer em fazer o que eu faço, inspirando pessoas, é possível tentar uma nova edição de Jogos. Mas você chega uma fase da vida que você tem que respeitar a natureza. Até agora não tive queda de performance. Quero chegar pelo menos até o Mundial para ajudar o Brasil a ter mais atletas nos próximos Jogos", contou Jaqueline, que disse também que não pretende buscar vaga em Paris-2024 no ciclismo.

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