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Joanna vai lutar contra abusos

Quando encerrar carreira, nadadora pretende ajudar pessoas que sofreram assédio na infância

Por Valeria Zukeran
Atualização:

Os tempos de maior turbulência com a divulgação de que foi vítima de abuso sexual na infância passaram para Joanna Maranhão, mas o assunto faz parte de sua vida. A nadadora admite que, depois de o caso vir à tona, muita gente a procurou por se identificar com sua história. A repercussão a levou a pensar em realizar trabalho voltado para o tratamento de vítimas de violência semelhante àquela que sofreu. "Muitas pessoas entraram em contato comigo, por telefone ou por e-mail, para pedir orientação, porque enfrentam situação semelhante ou para falar que hoje estão mais velhas, mas quando jovens passaram pelo que passei", admite Joanna, que a partir de hoje luta por índice olímpico nos 400 metros medley no Campeonato Sul-Americano de Esportes Aquáticos, no Pinheiros. "Também fui procurada por instituições que trabalham na área", conta a nadadora. "Neste momento, não tenho como ajudar todo mundo, mas tenho a idéia de fazer alguma coisa a respeito, provavelmente depois que minha carreira acabar", declara. "Por enquanto, infelizmente, tenho de ser um pouco egoísta e focar somente na natação, pois se não fizer isso não conseguirei índice para Pequim." Joanna diz que o rumo provocado pelo caso não foi capaz de tirar sua concentração nos treinos. "Quando estava colocando tudo isso para fora, foi como passar pela experiência novamente e, realmente, tive dificuldades", admite. "Mas acho que a experiência foi um ganho. Hoje estou muito melhor." Joanna está a 90 centésimos do índice olímpico nos 400 metros medley (4min45s08) e espera conseguir a marca. "Vou lutar para fazer o tempo agora e não deixar para o Maria Lenk (última competição seletiva para Pequim, em maio). Fiz um treinamento em altitude na França e estou realizando um trabalho especial de musculação para perder gordura e ganhar mais massa magra (músculos)". Enquanto luta para ir a Pequim, Joanna dá um conselho para as crianças que hoje vivem o drama de serem vítimas de abuso. "Contem para seus pais, por mais que possa ser sofrido para todos", pondera. "Você pode até ter amigos, mas não é a mesma coisa que coisa que contar com a ajuda da família."

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