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João Derly é eleito o melhor do Mundial

Por Agencia Estado
Atualização:

A conquista da inédita medalha de ouro para o judô brasileiro no Mundial do Egito, sábado, destacou o meio-leve João Derly, de 24 anos, na comunidade internacional. Depois de comemorar a vitória com pizza, num restaurante italiano do hotel no Cairo, e de uma noite mal-dormida ? ?Meu corpo doía, parecia que eu tinha apanhado, não batido?, contou ?, o gaúcho foi eleito neste domingo o melhor judoca dos 307 que disputaram o campeonato, por um júri de jornalistas e membros da Federação Internacional de Judô (IJF). No feminino, o prêmio foi para Sun Hui Kye, da Coréia do Norte. João Derly, que não tem patrocínio pessoal e vive com o salário de seu clube, a Sogipa, ainda recebeu convite da Geórgia para disputar a Liga Alemã. ?O critério para a premiação só pode ter ter sido a final contra o japonês?, disse o judoca gaúcho, que bateu na final o campeão olímpico, Masato Uchishiba, por ippon em 42 segundos. ?Mas acho que as lutas mais difíceis foram contra o húngaro (Miklos Ungvari), de pontuação mais baixa, e a da semifinal, por causa do estilo do judoca da Geórgia (David Masgoshivili).? Quando entrou no tatame para a final contra o japonês Uchishiba, João Derly estava totalmente focado. ?Esqueci do mundo ao redor?, revelou. Quanto ao convite da Geórgia, ele acha que pode ser interessante passar um tempo na Europa. ?Mas ainda não analisei todos os fatores, como o calendário?, explicou. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ), segundo João Derly, negocia com a Infraero um patrocínio que poderá instituir ?um bicho por competições? para os judocas. O campeão mundial disse que escolheu o judô, mas, como todos os que se dedicam apenas a uma atividade profissional, ?sempre é bom ter reconhecimento financeiro?. E sabe que sua medalha é um marco para o judô brasileiro, mas observa que o ouro foi sendo construído por outros atletas, ao longo do tempo. ?Claro que tem meu esforço e trabalho, mas muitas pessoas vieram desbravando, como o Aurélio Miguel, que mostrou que o Brasil tinha potencial?, afirmou. João Derly ainda não assimilou direito o que ocorreu. ?Estava preparado para decidir tudo em um dia. Fiz uma boa preparação na Sogipa, um bom apronto final com a seleção, para fazer uma boa competição. No fim, fiz um excelente Mundial?, avaliou. Entre entrevistas e premiações, ele revê momentos no tatame. O de maior emoção foi logo após o ippon no japonês. ?No fim da luta veio tudo, um sentimento de alívio, de alegria...?, admitiu João Derly.

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