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Joaquim Cruz critica atletismo do Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O campeão olímpico Joaquim Cruz, que mora em San Diego (EUA), esteve no Brasil para participar de um evento, na terça-feira à noite, e deixou várias críticas antes de voltar para casa. ?O atletismo brasileiro não tem dado certo. A última medalha de ouro que o Brasil ganhou (em uma Olimpíada ou Mundial) foi a minha, há 21 anos. E antes de eu ganhar também fazia muito tempo. A diferença para minha época é que hoje temos verba?, afirmou o ex-atleta, que venceu os 800 metros nos Jogos de Los Angeles (1984). Ao analisar a campanha do Brasil no último Mundial, Joaquim Cruz chegou a sugerir que o atletismo brasileiro procure verificar o que o vôlei faz e que adote o intercâmbio com os Estados Unidos e países da Europa. Em Helsinque, em agosto, o País levou 32 atletas e foi a apenas 4 finais - a melhor posição foi o 6º lugar de Jadel Gregório, no salto triplo. Atualmente, Joaquim Cruz trabalha com atletismo nos Estados Unidos ? treina um queniano e um norte-americano ? e analisa proposta de trabalho do Comitê Paraolímpico dos EUA. Ele não sabe o que precisa ser feito, mas entende ?que é preciso buscar formas novas, exigir mais dos atletas, que eles saiam para as competições querendo ganhar e não apenas para viajar?. Segundo Joaquim Cruz, as provas de meio-fundo estão acabando no País por causa das corridas de rua. ?O atleta quer capitalizar os cachês. Compra casa, carro, põe dinheiro na poupança?, justificou. Por isso, ele acha importante a idéia da CBAt de criar o circuito de competições de meio-fundo em pista. Só dá um aviso: a premiação tem de ser boa. ?A corrida de rua virou trabalho. Entendo os atletas, mas isso está acabando com as disputas em pista.? Outro lado - O presidente da CBAt, Roberto Gesta de Melo, revelou que o esporte tem mais verba e a usa inúmeros programas, discutidos e aprovados pela comunidade. Ele também afirmou que Joaquim Cruz é beneficiado por um desses programas, o ?Heróis Olímpicos?. ?A CBAt paga as viagens para os torneios dos atletas, inclusive menores e juvenis, de marcha atlética e cross, que na época do Joaquim nem viajavam. Gastamos R$ 1 milhão por ano apenas com ajuda direta aos atletas em dinheiro?, defendeu o dirigente. O presidente da CBAt disse que não pode colocar em dúvida a capacidade dos técnicos que definem os programas do esporte e lembrou que Joaquim Cruz integra uma comissão constituída para que atletas e técnicos, de cada prova, digam o que querem na preparação ao Pan de 2007, no Rio.

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