Em meio ao processo eleitoral para a presidência nos Estados Unidos, uma forte tensão racial assola o país e tem feito personalidades norte-americanas se manifestarem contra a forma como as pessoas negras vêm sendo tratadas em algumas regiões. O caso mais recente é o do jogador de futebol americano Colin Kaepernick. O quarterback do San Francisco 49ers causou polêmica ao se recusar a cantar o hino nacional em uma partida da pré-temporada da NFL.
Negro, o principal jogador do 49ers virou alvo de questionamentos pelo comportamento que, avaliam alguns norte-americanos, seria antipatriótico. O atleta, no entanto, afirmou ter plena noção do simbólico ato que fez, e que seu objetivo é protestar contra as mortes e o comportamento dispensado contra a população de pele escura do país.
"Não vou me levantar e mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime pessoas negras e de cor", afirmou Kaepernick, em entrevista ao portal NFL.com. "Para mim, isso é maior que o futebol (americano) e seria egoísta da minha parte olhar para o outro lado. Existem corpos nas ruas e pessoas se safando dos assassinatos".
Kaepernick, de 28 anos, mostrou não estar preocupado com a repercussão do seu manifesto tanto com o público, como com sua própria equipe.
"Não é algo que eu correria até alguém para falar", explicou. "Não estou procurando por aprovação. Eu preciso mostrar apoio ao povo que é oprimido".
Vivendo uma fase de problemas com o técnico dos 49ers, Chip Kelly, o atleta foi, no entanto, respaldado pela sua equipe, que em comunciado afirmou respeitar a liberdade do atleta de falar o que ele bem entender.
"O hino nacional é e sempre será uma parte especial da cerimônia pré-jogo. É uma oportunidade de honrar o nosso país e reflete na grande liberdade que dispomos ocmo cidadãos. Em respeito aos princípios americanos de liberdade de religião e de expressão, reconhecemos o direito de um indivíduo de escolher participar, ou não, da nossa celebração ao hino".